
A revitalização da antiga fábrica foi viabilizada por um contrato de gestão de R$ 44,5 milhões. Obras do Porto Digital Caruaru
Divulgação
O antigo Armazém da Criatividade, atualmente localizado no Polo Caruaru, passa agora a se chamar Porto Digital Caruaru e será transferido para a histórica Fábrica Caroá, no centro de Caruaru, no Agreste. O Governo de Pernambuco, em parceria com o Porto Digital e a prefeitura de Caruaru, realizou nesta quinta-feira (22) o pré-lançamento da nova sede do hub de tecnologia
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A revitalização da Fábrica Caroá, viabilizada por um contrato de gestão de R$ 44,5 milhões entre o Porto Digital e o Governo do Estado, com recursos da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e apoio da Prefeitura de Caruaru, integra o programa Inova PE e visa descentralizar o desenvolvimento tecnológico. A entrega está prevista para o primeiro semestre de 2025.
Com 2.400 m², a nova sede abrigará 19 salas empresariais, estúdios audiovisuais, laboratórios, salas gamer, auditório e um rooftop para eventos. Segundo o Porto Digital, programas de formação de talentos para jovens e empreendedores serão desenvolvidos, além de fomentar parcerias com empresas locais e nacionais para estimular a criação de startups.
História da Fábrica Caroá
Inaugurada em 1935, a Fábrica Caroá foi um marco do desenvolvimento industrial de Caruaru no século XX. Fundada por José de Vasconcellos, a unidade destacava-se pela tecnologia de ponta importada da Europa e pelo foco na produção de fibras extraídas do caroá, uma planta típica do semiárido, utilizada na fabricação de cordas, barbantes e outros itens de cordoaria.
A fábrica também foi pioneira na geração de energia elétrica. José de Vasconcellos, que também controlava uma companhia elétrica, chegou a abastecer a própria unidade com energia própria e revender o excedente à prefeitura.
Além disso, a fábrica chegou a erguer, ao lado das instalações, a chamada Vila Caroá, um conjunto de casas para os operários, mais tarde demolido para dar lugar ao atual Pátio de Eventos Luiz Gonzaga. A estrutura da empresa se estendia para além de Caruaru, com unidades de beneficiamento de fibras e algodão em cidades como Custódia, Belmonte e Campina Grande.
Após enfrentar dificuldades financeiras, a fábrica faliu em 1978. O imóvel foi leiloado e adquirido pelo Banco do Brasil, que assumiu as dívidas trabalhistas da antiga empresa. Em 1985, com a redemocratização, o prédio foi doado à Fundação de Cultura de Caruaru. Três anos depois, foi reaberto como espaço cultural. Parte do galpão hoje abriga o Museu da Fábrica de Caroá, preservando memórias da época industrial por meio de máquinas e registros históricos.