
Esquema movimentou valor milionário em 2024 e, segundo a Receita Federal, “está em franco crescimento”. Imóveis são construídos em Itapema, que tem o 2º metro quadrado mais caro do país, segundo o índice FipeZap. Imagem de imóvel alvo de busca nesta manhã de quarta-feira (24) em Itapema, no Litoral Norte de SC
Receita Federal/ Divulgação
O grupo de traficantes investigado por lavar mais de R$ 100 milhões do dinheiro do crime passou a construir vários edifícios diferentes ao mesmo tempo, com imóveis de classe média, porém de frente pro mar, em Itapema, no Litoral Norte de Santa Catarina, segundo a Receita Federal (RF). A cidade possui o segundo metro quadrado mais caro do país, segundo o último levantamento do índice FipeZap.
O grupo era liderado por um traficante que teve US$ 3 milhões apreendidos no ano passado, segundo a RF. Na ocasião, os malotes de dinheiro estavam escondidos dentro de uma parede falsa em uma casa em Curitiba (PR).
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Inicialmente, conforme o auditor-fiscal Sergio Savaris, os investigados lavavam o dinheiro com a compra e venda de carros de luxo. Em 2024, no entanto, passaram a construir imóveis a partir de uma construtora de porte pequeno.
“[O grupo] construía casas e passou a construir vários edifícios ao mesmo tempo. São seis empreendimentos imobiliários ao mesmo tempo”, informou.
De acordo com o auditor, dos seis empreendimentos, um está concluído, outro está na fase inicial e os outros estão em etapas intermediárias.
“Esses bens não foram bloqueados pela Justiça, mas poderão ser se os impostos, que serão apurados pela Receita Federal, não forem pagos”, comentou.
Esquema movimentou valor milionário em 2024 e, segundo a RF, “está em franco crescimento”
A Receita Federal informou que valores do grupo foram bloqueados em conta corrente e giram em torno de R$ 5 milhões.
Imóvel alvo da Receita Federal em Curitiba (PR) nesta quarta-feira (24)
Receita Federal/ Divulgação
Inicialmente, o órgão havia informado que veículos de luxo também tinham sido apreendidos. Segundo Savaris, porém, a decisão judicial autorizava apenas a apreensão dos carros vinculados ao tráfico internacional de entorpecentes. “Não foi possível fazer esse vínculo, nesse momento”.
Chamada de Operação Forlands, a ação é um desdobramento da ‘Follow the Money’, deflagrada em 2024. Na época, a ação apontou a formação de um “sofisticado esquema” de lavagem de dinheiro proveniente do tráfico de drogas e dos crimes da organização, segundo a Receita Federal.
Como funciona o esquema no litoral de SC, segundo a RF
➡️ Grupo cria empresas de construção de prédios residenciais e comerciais a partir do dinheiro ilícito;
➡️Unidades são vendidas para terceiros ou transferidas para laranjas;
➡️ Além de lavar o dinheiro, grupo consegue aumentar lucro e dar aparência de legalidade;
➡️ Veículos de luxo e caminhões também foram comprados com dinheiro dos crimes e colocados em nome de envolvidos no esquema.
Em Itapema, os mandados foram cumpridos na região da Meia Praia, onde existem diversos prédios e projetos imobiliários em construção. A cidade é considerada como a melhor para se investir em imóveis no Brasil.
A operação buscou interromper as práticas criminosas e descapitalizar a organização criminosa investigada. Contribuintes envolvidos no esquema foram intimados a prestar esclarecimentos à Receita Federal.
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Infográfico divulgado pela Receita Federal mostra como funciona esquema alvo da operação desta quarta-feira
Receita Federal/ Divulgação
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