RJ registra crescimento de quase 300% no número de pinguins resgatados nos últimos meses


Entre o mês de maio e o dia 19 de julho deste ano, 475 pinguins foram resgatados pelo Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS). Pinguim foi resgatado na orla de NIterói e recebeu o nome de Helinho
Arquivo pessoal/ Daniel Boa Nova/ Niterói Hoe
O Rio de Janeiro registrou um crescimento de quase 300% no número de resgates de pinguins no litoral do estado em dois meses e meio.
No período entre maio e o dia 19 de julho do ano passado, o Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS) cuidou do resgate de 120 pinguins. No mesmo período deste ano, o número subiu para 475 animais.
Os pinguins pertencem à espécie Spheniscus magellanicus, conhecidos popularmente como pinguins-de-magalhães.
“Nesta época do ano, esses animais, oriundos das Ilhas Malvinas, da Argentina e do Chile, vêm para a costa brasileira em busca de alimento e águas mais quentes, e, devido a esse longo percurso, alguns indivíduos acabam encalhando em nossas praias com sinais de exaustão e baixa temperatura corporal (hipotermia)”, explica a bióloga Suellem Santiago, coordenadora de campo.
“Por estes motivos, é necessário realizar o resgate desses animais, a fim de que durante o processo de reabilitação eles possam recuperar energia para desempenho normal de suas atividades”, completa.
O levantamento do Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos corresponde ao trecho do litoral fluminense de Paraty a Saquarema.
Na última terça-feira (16), um pinguim foi encontrado na Praia da Gipóia, em Angra dos Reis. Ele vai passar por um processo de reabilitação até estar apto a ser devolvido ao mar.
Pinguim é resgatado em praia de Angra dos Reis
Reprodução/Redes sociais
‘Helinho’ foi achado em Niterói
Um outro pinguim foi resgatado no sábado (14) por um grupo de praticantes de canoa havaiana de Niterói, na Região Metropolitana do Rio. Ela recebeu o nome de Helinho.
Eles se espantaram com o cansaço do animal.
“Demos algumas voltas de canoa perto de onde ele estava. Primeiro tentamos analisar se ele estava em condições. Mas ele estava bem fraco. Nem mergulhar ele estava mergulhando direito. Ele estava só nadando. Quando nos aproximamos mais devagar, ele mesmo nadou até nós. Decidimos levar porque ele estava debilitado”, disse o instrutor Daniel Boa Nova.
Em outro caso no mesmo dia, uma equipe da Guarda Marítima resgatou um pinguim na rampa de acesso à Avenida Armando Lombardi, na região da Ilha da Gigóia, próximo à Praia dos Amores, na Zona Oeste do Rio.
Em todos os casos, o Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos foi chamado.
Pinguim Helinho aparentava estar cansado. Ele foi resgatado por praticantes de canoa havaiana na orla de Niterói
Arquivo pessoal/ Daniel Boa Nova/ Niterói Hoe
A bióloga Suellem Santiago afirmou que não há uma explicação definida sobre o aumento no número de resgates, mas há hipóteses consideradas por quem estuda os animais.
“Uma delas pode ser a mudança de temperatura devido ao El Niño. Outra possibilidade é a diminuição dos recursos alimentares devido à sobrepesca, o que leva os pinguins a aumentarem sua área de busca por alimento, resultando na chegada de pinguins jovens aqui procurando comida”, diz.
“Quando chegam ao Brasil, eles estão debilitados, fracos e com a capa de gordura diminuída, o que os torna propensos a hipotermia e necessitando se manter aquecidos”.
Dos 475 animais resgatados este ano, apenas 108 estavam vivos.
De acordo com os pesquisadores os trechos do litoral com a maior ocorrência das aves são o Rio de Janeiro, com o resgate de 159 pinguins esse ano, e o trecho entre Maricá e Niterói, com 218 animais.
Encontrei um pinguim, e agora?
Suellem destaca que é preciso ter cuidado no auxílio aos animais, mas o fundamental é chamar a equipe do Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos para o resgate.
“É recomendado enviar para a equipe imagem e local exato onde o animal se encontra. Além disso, é necessário que o indivíduo seja mantido aquecido, envolto por toalha, na sombra e longe de pessoas e outros animais que estejam no local.”
“Caso o pinguim esteja nadando, não é recomendado se aproximar, e, se estiver na areia, não se deve devolvê-lo ao mar. O animal não deve ser colocado no gelo em hipótese alguma. Por fim, só é recomendado se aproximar do animal se for necessário”, destaca a bióloga.
No RJ, o contato da Central de Acionamentos é 0800-999-5151.
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