
Vagner Araújo participa de visita de delegação com representantes de cidades brasileiras a Israel. País sofreu bombardeio nesta sexta (13) horas depois de atacar Irã. Secretário municipal de Natal relata explosões ouvidas e clima de apreensão em Israel
O secretário municipal de Planejamento de Natal, Vagner Araújo, relatou que viveu um clima de apreensão em um bunker – um abrigo contra ataques aéreos – após o bombardeio do Irã em Israel na tarde desta sexta-feira (13), no horário de Brasília.
O gestor foi para Israel junto com uma comitiva de representantes de cidades brasileiras e de outros países da América Latina, a convite do governo local, para conhecer sistemas de tecnologia em diversas áreas de segurança, de educação, e de cidades inteligentes.
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Na quinta-feira (12), Israel atacou o Irã, que revidou nesta sexta. Vagner Araújo relatou que ele e os demais representantes da comitiva receberam a instrução de seguir para um bunker cerca de 15 km distante de Tel Aviv, uma das cidades atacadas.
“No início da noite houve uma verdadeira chuva de drones. Nós recebemos pelo menos uns cinco alertas para descer e nos recolhermos nos abrigos”, contou.
“Daqui nós conseguimos ouvir algumas explosões”, falou.
Vágner Araújo, Secretário de Planejamento de Natal, em bunker em Israel
Reprodução
O secretário relatou que as 35 pessoas da delegação, além de uns 20 locais, inclusive crianças, estavam no bunker.
“Depois soubemos que é uma parte desse barulho, dessas explosões, desses estampidos não eram da chegada desses mísseis nos seus alvos, mas de interceptações que eram feitas pelo chamado Domo de Ferro, que é é o sistema de proteção antiaéreo que Israel tem”, disse.
“Mas, assim, a impressão, a sensação é realmente de apreensão, de insegurança”.
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Expectativa de voltar ao Brasil
O secretário contou que após um sequência de ataques eles receberam um aviso que poderiam voltar para o solo, mas permanecessem em alerta.
“Há poucos instantes recebemos um aviso, um alerta de que poderíamos sair para do abrigo, voltar para para o solo lá para para os apartamentos, mas que fiquemos de alerta porque a qualquer momento poderemos poderá haver a necessidade de retornar”, disse.
Segundo ele, a expectativa agora é conseguir retornar para o Brasil.
“Nós estamos aguardando notícias do governo brasileiro, a quem já se pediu a vinda de um avião para nos resgatar, a delegação”, falou.
“Esse é o nosso maior esforço [voltar para o Brasil]. É um esforço, um desafio logístico”, falou.
Secretário já havia passado madrugada em bunker
Mais cedo, o secretário havia relatado ao g1 que tinha passado parte da madrugada desta sexta (13) em um bunker após Israel bombardear a capital do Irã, Teerã. Isso porque Israel já previa o revide iraniano após o ataque.
De acordo com ele, por volta das 3h da madrugada no horário local, cerca de 21h da quinta-feira (12) no horário de Brasília, todos os membros do grupo receberam um alerta nos telefones determinando que se dirigissem a um abrigo.
O grupo chegou a Israel no dia 9 de junho e está na cidade de Kfar Saba, na região central de Israel. A princípio, a viagem se encerraria no dia 20.
“Nós recebemos um alerta bastante barulhento no telefone, nos telefones de todo mundo, dizendo para a gente se dirigir imediatamente a um abrigo antiaéreo que tem em vários lugares, inclusive nesse lugar onde a gente está hospedado aqui, que é um uma espécie de um campus universitário. Nós então nos nos dirigimos para lá e ficamos aguardando notícias. Há nesse momento uma expectativa de que haja uma é, vamos dizer assim, um retorno do Irã. Um ataque de volta contra Israel”, afirmou o secretário.
De acordo com o secretário, o prefeito de João Pessoa, Cícero Lucena, que faz parte da comitiva, ligou para o presidente da Câmara, Hugo Mota, relatando a situação e pedindo apoio do governo brasileiro para uma possível retirada da delegação brasileira de Israel.
Vagner Araújo e outros membros da comitiva em bunker, após alerta emitido pelo governo de Israel
Vagner Araújo/Cedida
Vagner explicou que o espaço aéreo do país foi fechado por 48 horas, mas ele acredita que esse tempo deve se estender.
“Quando isso acontece, as companhias aéreas internacionais não operam voos. Mesmo que o espaço seja reaberto, as companhias levam um certo tempo, talvez uma semana, para voltar a operar no país. Dentro das circunstâncias, da gravidade, da tensão que se estabeleceu com esse ataque contra um país com como o Irã – são dois países importantes, com grande capacidade militar e com toda a complexidade que a gente sabe – nós não acreditamos na possibilidade de operação de voos de companhias internacionais nos próximos dias”, pontuou.
Apesar da tensão que se estabeleceu no país, o secretário afirmou que a comitiva está tranquila, especialmente porque o grupo não está em uma região central como Tel Aviv, que tem mais propensão a receber ataques.
“É uma região que fica um pouco afastada e isso é um fator de segurança, um fator que nos dá um pouco mais de tranquilidade porque tem menor risco de se tornar alvo de algum ataque”, pontuou.
Comitiva em bunker após alertas do governo de Israel
Vagner Araújo
Secretário de Planejamento de Natal relata tensão em Israel após ataque ao Irã
Ataques de Irã e Israel
O Irã lançou mísseis balísticos contra Israel nesta sexta-feira (13), provocando explosões em cidades como Tel Aviv e Jerusalém.
Os ataques ocorreram logo após o líder supremo do Irã, Ali Khamenei, afirmar que o país iria retaliar Israel pelos ataques contra instalações militares e nucleares iranianas na noite de quinta (12), no horário de Brasília.
Nesta sexta, Israel retomou os ataques ao Irã. Fortes explosões foram ouvidas nos arredores de Teerã por moradores da capital.
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