A tradição das drilhas começou em 1989 e movimentou a cidade por mais de duas décadas. As fantasias e os adereços eram características tradicionais das drilhas
Thomás Alves/TV Asa Branca
Após 12 anos sem as tradicionais drilhas do São João, o desfile volta às ruas de Caruaru, no Agreste de Pernambuco. A retomada ocorre neste sábado (15), com a festa “Nossa Drilha”, que promete reunir foliões a partir do meio-dia, na Avenida Agamenon Magalhães, nas proximidades da BR-104. A partir das 14h, os trios elétricos iniciam o desfile pelas ruas da cidade, embalando o público com atrações como o cantor Elifas Junior, conhecido como o “Rei das drilhas”, a cantora Claudia Leitte e o grupo Juntô.
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O percurso será encerrado nas proximidades do letreiro de Caruaru, ao lado da antiga Estação Ferroviária, em um trajeto que pretende unir nostalgia, modernidade e celebração da cultura popular nordestina.
Conheça a história das drilhas
Em cima do trio elétrico da Sapadrilha, cantor anima multidão em Caruaru.
Thomás Alves/TV Asa Branca
As drilhas surgiram em 1989, inspiradas nos desfiles de blocos carnavalescos, como o das Virgens de Olinda. A pioneira foi a Gaydrilha, idealizada por um grupo de amigos que, com um carro de som e trajes irreverentes, desfilava pelas ruas ao som de forró. Com o tempo, surgiram variações criativas como a Sapadrilha, a Machadrilha, a Brinkdrilha e a Turisdrilha.
Ao longo dos anos, a festa cresceu e passou a atrair multidões para a Avenida Agamenon Magalhães. Em 1997, por exemplo, a Baby Drilha reuniu centenas de crianças em desfiles animados por carros alegóricos e figurinos caipiras.
Em 2009, a Gaydrilha arrastava multidões para a avenida com personagens como noivas, bruxas, freiras e médicos. Quanto mais criativa e colorida a fantasia, maior era o destaque.
As drilhas também movimentavam a economia local. As chamadas “empresas matutas” tinham estrutura formalizada, com sede, funcionários e patrocínio. A organização da Sapadrilha, por exemplo, chegou a investir cerca de R$ 60 mil para colocar a quadrilha na rua, com camisetas e bonecas temáticas à venda. “Nos tornamos uma empresa. Investimos, mas no final temos um bom retorno”, disse uma das organizadoras da época, em reportagem especial do quadro “TBT”, exibido nesta quinta-feira (12) no AB1, telejornal da TV Asa Branca (veja no vídeo abaixo).
TBT de São João da Asa Branca mostra como eram as drilhas em Caruaru
O encerramento das drilhas
Apesar do sucesso e da forte adesão popular, em 2014 as drilhas chegaram ao fim. Após quase 25 anos de história. De acordo com a prefeitura de Caruaru, a decisão de não autorizar mais os desfiles na Avenida Agamenon Magalhães, alegava a necessidade de preservar obras recém-inauguradas no canteiro central. A medida dividiu opiniões.
Nossa Drilha
Com a volta dos festejos, a edição que vai ocorrer neste domingo (15), recebe o nome “Nossa Drilha”. Entre as atrações do desfile está o cantor Elifas Junior, autor da música “Sapadrilha”, que marcou época nas festividades juninas da cidade. Também participam os cantores Mateus Santos, Renan Cruz, PV Calado e Klever Lemos, além de convidados especiais que compõem o grupo Juntô.
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