
Ação liderada pela Fundação SOS Mata Atlântica percorre mais de mil quilômetros do rio. As regiões de São José do Rio Preto e Bauru (SP) estão entre as visitadas. Expedição no Rio Tietê vai analisar se a água tem microplásticos
Reprodução/TV Globo
Uma expedição científica promovida pela Fundação SOS Mata Atlântica analisa a qualidade da água do rio Tietê em cidades do noroeste e centro-oeste paulista. A iniciativa, que começou na segunda-feira (9) e vai até sexta-feira (13), reúne pesquisadores de universidades e centros de pesquisa em uma jornada de mais de 1.030 quilômetros, da nascente à foz do rio.
📲 Participe do canal do g1 Rio Preto e Araçatuba no WhatsApp
Na região de São José do Rio Preto (SP), os municípios visitados são Pereira Barreto e Itapura (SP). Na região de Bauru, os especialistas passam por Botucatu, Barra Bonita e Bariri (SP).
O objetivo do trabalho é mapear os principais pontos de poluição e entender os impactos ambientais ao longo da bacia hidrográfica do Tietê, passando por 16 cidades do estado de São Paulo.
Além de análises físico-químicas e microbiológicas da água, a equipe avalia a presença de microplásticos, pesticidas, fármacos e até a emissão de gases de efeito estufa, como o CO₂, associado à degradação da matéria orgânica nos rios.
Em pesquisa inédita, expedição no Rio Tietê vai analisar a presença na água de remédios, pesticidas e microplásticos
Reprodução/TV Globo
Na etapa final da expedição, os trabalhos se concentram nos municípios de Pereira Barreto e Itapura, localizados próximos à foz do rio. Os dados coletados nessas regiões são fundamentais para entender os efeitos cumulativos da poluição ao longo de todo o curso do Tietê.
“A degradação ambiental no rio não é uniforme. Com essa expedição, conseguimos identificar os pontos mais críticos e propor soluções específicas para cada trecho”, explica Gustavo Veronesi, coordenador da causa Água Limpa da SOS Mata Atlântica.
A ação envolve cientistas da Universidade Federal do ABC (UFABC), Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS) e do Centro de Energia Nuclear na Agricultura da USP (CENA/USP), além de integrantes do Projeto IPH (Índice de Poluentes Hídricos).
Imagem de satélite evidencia mudança de cor da água do Rio Tietê no interior de SP
Copernicus Data Space Ecosystem/Divulgação
A expedição também conta com atividades educativas e ações de comunicação durante todo o percurso, com o objetivo de engajar a população local e manter o tema da água limpa na agenda pública. Os resultados do estudo serão divulgados em 22 de setembro, no Dia do Rio Tietê.
Rio verde
Desde o começo do ano, o g1 mostra como os afluentes do Rio Tietê e do Rio Grande que banham as cidades da região, por exemplo, estão com cor esverdeada, causada pela poluição, que leva a mortandade de peixes. Além da cor, o mau cheiro incomoda bastante os turistas e moradores.
Na região de São José do Rio Preto, os casos são recorrentes. Pescadores que sobrevivem da pesca sofrem com a situação. Turistas visitam prainhas de água doce e relatam que o cenário é devastador às margens do rio.
Rio com cor verde preocupa moradores, turistas e pescadores em Sales
Veja mais notícias da região em g1 Rio Preto e Araçatuba.
VÍDEOS: confira as reportagens da TV TEM