
Moradora de Curitiba teve celulares e computadores apreendidos pela polícia. Ela está sendo investigada pelos crimes de falsa identidade, perseguição (stalking) e estelionato eletrônico. g1 tenta identificar defesa dela. Mulher cria perfis falsos de ex do namorado em sites adultos
Uma moradora de Curitiba é suspeita de criar perfis falsos da ex-companheira do namorado em sites adultos e de outros serviços, e divulgar o telefone e o endereço dela em grupos da internet.
Ela está sendo investigada pela Polícia Civil, que afirma que está apurando os crimes de falsa identidade, perseguição (stalking) e estelionato eletrônico.
“A vítima relatou ter começado a receber notificações de cadastros realizados sem sua autorização em sites de encontros sexuais, venda de conteúdo íntimo, partido político, comercialização de filhotes de cães e eventos religiosos. Em alguns casos, pessoas chegaram a ir até sua residência”, conta a corporação.
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De acordo com a corporação, a vítima recebeu mensagens e ligações no telefone pessoal, de indivíduos interessados em serviços e produtos supostamente oferecidos por ela nessas plataformas – como imagens íntimas, encontros sexuais, aquisição de animais e participação em reuniões religiosas, por exemplo.
A suspeita, que mantém um relacionamento com o ex-companheiro da vítima, foi alvo de mandado de busca e apreensão no Bairro Santa Cândida na sexta-feira (6), quando teve celulares e computadores levados pela polícia para a perícia.
O nome dela não foi divulgado e o g1 tenta identificar a defesa da mulher.
Somadas, as penas para os crimes pelos quais ela é investigada podem chegar a até 10 anos de prisão. Atualmente, ela está proibida de manter contato com a vítima e com pessoas próximas a ela.
O g1 questionou a Polícia Civil se a suspeita vai responder ao processo em liberdade, e aguarda resposta.
“A internet não é mais terra de ninguém. Então as regras que se aplicam no ambiente físico se aplicam também no ambiente digital e a polícia está apta a receber esse tipo de informação, investigar e eventualmente responsabilizar pessoas que cometam crimes no ambiente virtual, através de redes sociais e sites”, ressalta o delegado Thiago Pereira Lima, responsável pela investigação.
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Sensação de medo e insegurança
Vítima foi contatada no celular por homens que viram perfil dela em sites de conteúdo adulto
Reprodução/Arte RPC
À RPC, afiliada da TV Globo no Paraná, a vítima, que tem 24 anos, relatou que passou cerca de três meses sendo perseguida virtualmente.
“Mesmo sendo algo on-line, me deixava com medo no meu dia-a-dia. Porque eu não sabia o que a pessoa seria capaz de fazer, ela tinha minhas informações, ela tinha meu endereço”, contou, preferindo não ser identificada.
A jovem chegou a receber diversas mensagens num único dia de homens que viram o perfil dela divulgado em aplicativos de conteúdo adulto.
“Ela me inscreveu, ela criou um perfil com a minha foto, nome, idade, com todas as informações. Ela conversava com as pessoas nesse perfil e passava o meu telefone pra que essas pessoas, pra esses homens entrarem em contato comigo pelo WhatsApp”, relatou, durante a entrevista.
A vítima também foi contatada por pessoas interessadas em adotar cães que estavam em anúncios falsos e foi cadastrada em sites de partidos políticos.
De acordo com as investigações, a suspeita chegou a marcar um encontro religioso na casa da vítima sem ela saber, e alguns fiéis chegaram a ir até a casa dela. A sensação de medo aumentou.
“Questão de sair de casa, de andar na rua, dava um pouco de medo, justamente por no começo não saber quem era, e depois mesmo sabendo, não saber quais poderiam ser as atitudes dessa pessoa”, destaca a vítima.
Vítima relata sensação de medo e insegurança
Reprodução/RPC
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