Aluna relata como foi expulsa de aula por não pagar atividade: ‘Quem não tiver, está convidado a dar um passeio’


Estudantes de escola pública em Porto Velho denunciaram nas redes sociais que foram retirados da sala por não terem R$ 3,50 para custear exercício. Segundo relatos, as cobranças acontecem há anos. Escola Estadual João Bento da Costa
Reprodução Governo de Rondônia
Uma das estudantes expulsas da sala de aula por não ter dinheiro para pagar uma atividade relatou ao g1 como tudo ocorreu: ela diz que ainda tentou comprar o exercício, mas o professor não aceitou. O caso ocorreu na Escola Estadual de Ensino Médio João Bento da Costa, em Porto Velho. Alunos denunciaram que foram retirados da sala por não terem R$ 3,50 para custear uma atividade.
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“Estávamos dentro da sala de aula, aguardando o início da próxima aula, quando o professor chegou. Ele entrou na sala com uma folha [atividade] na mão e disse: ‘Quem não tiver essa folha aqui, está convidado a dar um passeio'”, relembra.
Segundo a estudante, ela e alguns colegas tentaram comprar a atividade naquele momento, mas não conseguiram. Sem opção, eles saíram da sala e procuraram a diretoria para relatar o caso.
“Assim que o sino tocou, subimos novamente. Ao retornar para a nossa sala, vimos o professor entrando em outra turma repetindo a mesma atitude com os outros alunos”, conta a estudante.
Estudantes ouvidos pelo g1 relatam que as cobranças, na escola pública, acontecem há anos. A impressão de avaliações e exercícios diários costuma ser cobrada pelos professores, sob a justificativa de cobrir os custos com papel e manutenção das impressoras.
Os simulados escolares, provas que simulam o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), também precisam ser pagos. De acordo com os alunos, os valores variam conforme a série, chegando a R$ 15 para as turmas do 3º ano.
Na última semana, a Secretaria de Estado da Educação (Seduc) informou ao g1 que enviaria uma equipe técnica especializada até a instituição para investigar o caso. O g1 procurou novamente a secretaria para saber se os profissionais foram identificados e se alguma medida foi tomada, mas não houve retorno até a última atualização desta reportagem.
De acordo com a aluna entrevistada, a copiadora onde eram compradas as atividades foi fechada.
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