Base da economia rural, agricultura familiar impulsiona o agro em Santa Catarina


Setor é responsável por metade do faturamento agropecuário no estado Santa Catarina é um dos principais polos do agronegócio brasileiro, responsável por alimentar milhares de pessoas no país e no mundo. A agropecuária representa cerca de 30% do Produto Interno Bruto (PIB) estadual, com uma produção vegetal e animal diversificada e de alto valor agregado. No centro dessa engrenagem, está a agricultura familiar, responsável por movimentar a economia rural, garantir a segurança alimentar da população e promover práticas sustentáveis no campo.
Atualmente, 78% das propriedades rurais catarinenses atuam no modelo de agricultura familiar. Esses pequenos e médios produtores respondem por cerca de 50% de todo o faturamento da agropecuária em Santa Catarina, de acordo com a Secretaria da Fazenda do estado.
Além disso, esse sistema de produção tem papel central na geração de empregos no campo e na preservação das culturas locais, mantendo tradições de cultivo que se mesclam a novas tecnologias e inovações. Conforme informações do Censo Agro, do IBGE, o setor movimenta mais de 364 mil pessoas, em uma área total de 2,45 milhões de hectares cultivados.
A agricultura familiar catarinense cumpre um papel estratégico na segurança alimentar da população, que vai além de preencher feiras e supermercados. Por prezar pela diversidade de cultivos, essa forma de produção garante alimentos frescos, com menor uso de agrotóxicos e, muitas vezes, mais acessíveis ao consumidor final.
Segundo a Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri), a agricultura familiar também tem protagonismo no cenário das exportações: ela é responsável por cerca de 70% dos produtos agrícolas destinados ao mercado internacional. Isso inclui desde alimentos básicos do dia a dia, como hortaliças, frutas e leite, até produtos de alto valor agregado, como queijos artesanais, embutidos e orgânicos certificados.
Recentemente, a produção orgânica vem crescendo de maneira exponencial no estado. Muitos agricultores familiares estão investindo em práticas agroecológicas, buscando certificações e adotando modelos de cultivo que preservam os recursos naturais e reduzem o uso de insumos químicos. Para garantir sustentabilidade no campo, muitos agricultores apostam na recuperação de áreas degradadas e na adoção de sistemas de produção integrados, como agroflorestas e plantios consorciados.
Tecnologia nas propriedades familiares
O uso de tecnologia exerce um papel importante no crescimento do setor. Com o apoio de programas de extensão rural, os produtores têm acesso a informações técnicas, ferramentas digitais e capacitação para modernizar as lavouras. Estufas com controle climático, sistemas de irrigação inteligente, uso de drones para monitoramento e aplicativos para gestão da produção já fazem parte do cotidiano de muitas famílias agricultoras catarinenses.
Investimentos em tecnologia fortalecem a agricultura familiar.
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Outro fator determinante para o progresso dos agricultores é o apoio de instituições, como cooperativas, que exercem um papel estratégico na organização da produção e na comercialização dos produtos. Essas organizações facilitam o acesso a crédito, promovem o escoamento da safra e permitem que o agricultor alcance mercados mais amplos, através de iniciativas como o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) e o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA).
A diversidade climática e geográfica de Santa Catarina também favorece a agricultura familiar no estado. O solo catarinense permite o cultivo de uma grande variedade de produtos ao longo do ano, o que contribui para a produtividade das lavouras.
Em regiões como o Planalto Serrano, o Oeste e o Vale do Itajaí, há forte presença de hortifrutigranjeiros, bem como produção de leite, mel, vinhos e produtos artesanais. Essa diversidade também fortalece o turismo rural e valoriza a identidade cultural catarinense, com rotas gastronômicas e outros passeios temáticos.
Apoio a esse modelo produtivo
Santa Catarina tem atuado para apoiar a agricultura familiar e garantir a continuidade do trabalho dos produtores. Desde 2021, o estado aderiu à Década da Agricultura Familiar, uma iniciativa da União das Nações Unidas que propõe políticas públicas e investimentos focados nesse modelo produtivo. A proposta é ampliar o acesso a mercados, aumentar a resiliência climática e fomentar a produção sustentável.
Além disso, o estado incentiva políticas públicas para a agricultura familiar, como o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), que oferece crédito com juros menores e garantias de acesso. Assim como o Plano Safra da Agricultura Familiar, que destina recursos para financiar atividades agropecuárias. A Epagri também está presente junto aos produtores, oferecendo cursos e programas de capacitação para jovens rurais.
Saiba mais sobre a agricultura catarinense no especial Riquezas da Terra, no G1.
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