Entenda o que é o IG, selo que atesta a qualidade dos vinhos de altitude de SC


Produtos têm certificação do INPI e fortalecem enoturismo na região
O sabor único dos vinhos de altitude da Serra Catarinense encantam pelo sabor, sofisticação, e principalmente, pela qualidade. Em 2021, os produtos elaborados no estado foram certificados com o Selo de Indicação Geográfica (IG), concedido pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). Essa certificação reconhece a origem, a tradição e a produção local dos rótulos, que garantem vinhos de qualidade internacional.
A iniciativa, além de atrair mais visitantes para a Serra Catarinense, contribui para valorizar e proteger a cultura serrana. Produzidos a altitudes superiores a 850 metros, os vinhos catarinenses se destacam pela acidez equilibrada, aromas intensos e a qualidade que conquista até os paladares mais exigentes. Com isso, a região, que já recebe milhares de turistas durante o inverno, ganha uma atração a mais.
Condições favoráveis para a produção
O clima da região, com dias quentes, noites frias, boa amplitude térmica e solo fértil , proporciona o terroir (palavra francesa que nomeia locais com equilíbrio natural) ideal para o cultivo de uvas viníferas. Por isso, a Serra Catarinense se tornou referência nacional no segmento e, nos últimos anos, mais de 180 rótulos do estado foram premiados em festivais e concursos especializados ao redor do mundo.
Pesquisas apoiadas pela Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri) identificaram as condições favoráveis da região para a produção de vinhos de atitude – que têm como característica as uvas cultivadas acima de 850 metros do nível do mar. Na região serrana catarinense, as terras para cultivo podem chegar a 1.400 metros.
Essas características garantem um solo fértil, com dias ensolarados e noites geladas, que são fundamentais para a maturação lenta e completa das uvas. O resultado são vinhos com acidez equilibrada, aromas intensos e uma concentração única, que agradam todos os gostos.
Uma das cidades destaque na produção dos vinhos de altitude é São Joaquim, por ser uma das únicas localidades brasileiras a ter incidência de neve. O município já é conhecido como a Capital Catarinense dos Vinhos Finos de Altitude, e concentra a maior parte das vinícolas do estado. De acordo com a Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc) a produção de vinhos finos de altitude de Santa Catarina é de cerca de 1,5 milhão de garrafas.
Entre as principais produções, está a de uvas brancas como a Sauvignon Blanc, que dão origem a vinhos frescos, brilhantes e que harmonizam com peixes ou sobremesas, ideais para os dias mais quentes. Para o inverno, o destaque está no Cabernet Sauvignon, que é denso e pode ser consumido com massas, queijos e carnes.
Vinhos reforçam a tradição catarinense
No Brasil, a vitivinicultura no Brasil teve origem em 1532, com as primeiras videiras plantadas em Santos. Depois, com a colonização européia no século XIX, o grande polo nacional do vinho tornou-se o Rio Grande do Sul. Mas, em Santa Catarina, essa cultura começou em 1980, quando os produtores regionais começaram a investir em uvas viníferas de alta qualidade para aproveitar as condições climáticas da Serra Catarinense.
Mas, não é apenas no vinho que a Serra Catarinense se destaca. A região já conquistou outros selos IG por produtos que apenas podem ser produzidos na região, como o Mel de Melato de Bracatinga, o Queijo Artesanal Serrano e a Maçã Fuji. O reconhecimento mostra o potencial da região em diversos segmentos do agronegócio, da gastronomia e da cultura, já que os produtos também carregam as histórias e tradições do povo serrano.
Além da valorização econômica dos produtos, o Selo de Indicação Geográfica traz visibilidade internacional e amplia o mercado para os produtores. É um instrumento de diferenciação que fortalece a reputação do território e gera impactos positivos em toda a cadeia produtiva. No caso dos vinhos, o enoturismo tem contribuído para diversificar as atividades econômicas da região, impulsionando restaurantes, pousadas, comércio e agências de viagem.
Cidades como São Joaquim, Urupema, Campo Belo do Sul e Bom Retiro concentram mais de 20 vinícolas em operação – muitas delas de perfil boutique, que oferecem experiências completas ao visitante. Degustações harmonizadas, passeios entre os parreirais, hospedagem rústica com charme europeu e roteiros gastronômicos são, agora, algumas das atrações encontradas por quem visita a região. Essa diversidade contribui para fortalecer os negócios já instalados e motiva a criação de novas oportunidades para os produtores.
Beba com moderação.
Para saber mais sobre a cultura e tradição da Serra Catarinense, acesse o especial Riquezas da Serra no G1.
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