Bispo de Roraima que conheceu papa Francisco lamenta morte do líder católico e relembra apoio a migrantes: ‘Vela que se apagou’


Pontífice tinha 88 anos e morreu em casa, na Cidade do Vaticano. A causa da morte será divulgada à tarde. Francisco foi o primeiro papa latino-americano e deixa legado de tolerância e diálogo. Dom Evaristo Spengler, bispo de Roraima, em interação com papa Francisco, em Roraima
Reprodução/Vatican News
“Foi como uma vela que se apagou nessa noite, mas se acendeu uma vela agora no céu”, declarou o bispo de Roraima, Dom Evaristo Spengler, ao comentar a morte do papa Francisco, ocorrida na madrugada desta segunda-feira (21). Spengler também relembrou do líder máximo da Igreja Católica a migrantes em Roraima.
Nomeado bispo pelo pontífice, Spengler teve três encontros com o papa Francisco. Jorge Mario Bergoglio, o papa Francisco, morreu aos 88 anos às 2h35 pelo horário de Brasília, 7h35 pelo horário local, desta segunda-feira (21). As informações foram confirmadas pelo Vaticano. O pontífice ocupou o cargo máximo da Igreja Católica por 12 anos.
A igreja católica tem um trabalho humanitário de apoio à migrantes venezuelanos em Roraima que fogem da crise financeira no país vizinho. A Rede Cáritas, organização da Igreja Católica, atua no estado desde 2022 e chegou a ser suspensa após o governo dos Estados Unidos parar os repasses de fundos americanos destinados à ajuda humanitária em outros países.
“O papa Francisco também teve a busca por cuidar dos migrantes, algo que ele nunca esqueceu ao longo do seu pontificado, combater o tráfico de pessoas, e cuidar dos que passam fome, especialmente das pessoas em situação de guerra. Francisco foi a voz que mais clamou pela paz no mundo nos últimos tempos. Ele deixou um legado muito forte para toda a humanidade”, disse Dom Evaristo Spengler.
Encontro do Dom Evaristo Spengler com papa Francisco enquanto bispo de Marajó
Divulgação/CNBB
O Papa Francisco nomeou Dom Evaristo Pascoal Spengler em janeiro de 2023, após a saída de Dom Mário Antônio da Silva. Antes, ele era o bispo da prelazia de Marajó, no Pará, desde 2016. Por Marajó, ele encontrou com Francisco por duas vezes: uma em 2016 e outra em 2022. Como líder da diocese roraimense, Spengler foi ao Vaticano em 2024, em um evento conhecido como “ad limina”.
“Tive alguns momentos importantes de encontro com o Papa Francisco. Quando fui nomeado bispo, no ano de 2016, tivemos um encontro com ele. Ele saudou a todos nós e fez uma locução aos novos bispos. Mas depois, tive a alegria de poder participar com ele, durante 21 dias, do Sínodo para a Amazônia”.
“Ano passado, também, tive uma visita chamada “ad limina”, que é a visita dos bispos a cada cinco anos. Tivemos uma audiência com ele em Roma. Sempre com muita fraternidade, generosidade, alegria. O Papa Francisco era um homem alegre e simples”.
Spengler destaca o legado de São Francisco de Assis — homenageado pelo papa no nome. Para o bispo de Roraima, o papa assumiu um legado de cuidado com o meio ambiente.
Em homenagem ao papa Francisco, a diocese de Roraima promove uma Santa Missa pela páscoa do Papa Francisco na Igreja Matriz Nossa Senhora do Carmo, no Centro de Boa Vista. A missa começa nesta segunda às 18h.
“O papa Francisco foi um lutador. O nosso sentimento, como igreja, é de muita gratidão, a Deus e a Francisco, por todo esse legado. Um líder inigualável nesse século XXI. Alguém que sempre lutou pela paz, pela justiça, pela fraternidade e pelos mais pobres desse mundo”, disse Dom Evaristo Spengler.
Morte do papa Francisco
Morre Francisco, o papa de hábitos simples que lutou para mudar a Igreja
O pontífice, que ocupou o cargo máximo da Igreja Católica por 12 anos, se recuperava de uma pneumonia nos dois pulmões após ter ficado 38 dias internado. Ele morreu em seu apartamento, na residência de Santa Marta, na Cidade do Vaticano, onde vivia desde sua eleição em 2013.
“O Bispo de Roma, Francisco, retornou à casa do Pai. Toda a sua vida foi dedicada ao serviço do Senhor e de Sua Igreja. Ele nos ensinou a viver os valores do Evangelho com fidelidade, coragem e amor universal, especialmente em favor dos mais pobres e marginalizados. Com imensa gratidão por seu exemplo como verdadeiro discípulo do Senhor Jesus, recomendamos a alma do Papa Francisco ao infinito amor misericordioso do Deus Trino”, diz comunicado oficial.
Francisco será enterrado na Basílica de Santa Maria Maggiore, em Roma, e não na Basílica de São Pedro, no Vaticano. A última vez que isso aconteceu foi em 1903, com o enterro do papa Leão XIII.
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