Pecuaristas intensificam controle de pragas em pastagens para melhorar qualidade do gado em RR


Pragas como lagartas, percevejos e ervas daninhas têm prejudicado a qualidade do capim nas propriedades do interior do estado. Assunto foi destaque no Amazônia Agro deste domingo (13). Bois no pasto em propriedade no interior de Roraima
Naamã Mourão/Rede Amazônica
Combater pragas nas áreas de pasto tem sido o foco de pecuaristas para aumentar a produtividade e a qualidade dos rebanhos bovinos em Roraima. O assunto foi um dos destaques do Amazônia Agro deste domingo (13), na Rede Amazônica.
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Siderley Capeleto, pecuarista na região da Confiança III, município do Cantá, dedica 300 dos 700 hectares da fazenda à pastagem, área essencial para a manutenção do rebanho. No entanto, manter o pasto saudável tem se tornado cada vez mais desafiador.
“Adquirimos a propriedade em 2018 e estamos há três anos morando aqui. Desde então, temos trabalhado com a recuperação das áreas degradadas, aplicando calcário e herbicidas para combater o mato”, explica Siderley.
Siderley Capeleto, pecuarista na região da Confiança III, município do Cantá, interior de Roraima
Naamã Mourão/Rede Amazônica
O modelo adotado na fazenda dele é o de gado solto na pastagem, sem confinamento. Isso torna a qualidade do capim ainda mais fundamental para o rebanho. “É onde o gado se alimenta. Se o pasto não vem, o rebanho sofre”, resume o produtor.
Atualmente, uma das principais ameaças ao capim é a chamada vassourinha-de-botão, erva daninha que se alastra rapidamente e sufoca o crescimento do pasto.
“Ela abafa o capim. Ele não consegue crescer e alimentar o gado”, conta Siderley, que tem notado o aumento da incidência de pragas nas áreas recém-abertas. Ao lado de técnicos agrícolas, o produtor tem apostado em estratégias de recuperação do capim.
O engenheiro agrônomo formado pela pela universidade federal de Roraima (UFRR, Francisco Júnior, acompanha a propriedade há cerca de um ano e destaca os métodos usados para combater as plantas invasoras. “Estamos fazendo correção da área, adubação e controle químico das daninhas para garantir um resultado efetivo”, afirma.
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Naamã Mourão/Rede Amazônica
Em 2024, uma infestação de lagartas, logo após o período de estiagem, destruiu mais de 57 mil hectares de pasto em Roraima, conforme estimativa do governo. A escassez de alimento resultou na morte de cerca de 7 mil cabeças de gado em dez municípios. A propriedade de Siderley foi uma das impactadas.
“Tivemos muito ataque. A pastagem não rebrotava e perdemos parte do rebanho. Só depois da adubação e da volta da chuva conseguimos normalizar a situação”, lembra o pecuarista.
Além das ervas daninhas e das lagartas, outras pragas têm sido monitoradas com atenção, como os percevejos também tem causando prejuízos.
Vassourinha-de-botão é uma planta invasora que cresce entre o capim, compete por nutrientes, luz e água, e pode reduzir a qualidade e produtividade da pastagem
Naamã Mourão/Rede Amazônica
“O controle químico tem sido um desafio. Estamos tentando associar com controle biológico para um resultado mais eficaz”, afirma o agrônomo.
Ele explica que uma das formas de prevenção é diversificar as variedades de pastagem. “Se você planta apenas uma variedade e ela for atacada, pode perder tudo. Usar diferentes tipos ajuda a preservar parte do alimento e permite agir antes que a infestação se espalhe”, pontuou.
Apesar das dificuldades, Siderley Capeleto se mostra otimista com a produção de 2025. Ele acredita que com a chegada das chuvas e com o investimento constante no cuidado com o solo, o cenário pode ser melhor este ano.
“Está tudo controlado. Se continuar assim, é lucro. O segredo é usar o que tem de melhor no mercado, porque o retorno vem”, destacou.
Capim que alimenta o rebanho de gado em Roraima
Naamã Mourão/Rede Amazônica
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