Greve dos caminhoneiros leva à maior inflação mensal entre os produtos nos supermercados de SP; veja as maiores altas


Com o resultado, o acumulado do ano, que apresentava deflação de 0,29% até maio, agora apresenta inflação de 3,25%, segundo a Apas. Descarte de leite durante a greve causou prejuízo e elevação de preços
Reprodução/EPTV
O Índice de Preços dos Supermercados, calculado pela Associação Paulista dos Supermercados (APAS) e Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), subiu 3,55% em junho na comparação com maio (0,25%). Esse aumento é devido à greve dos caminhoneiros, que durou 11 dias no final de maio.
Trata-se do maior aumento da história da pesquisa, que é feita desde 1994, para um mês – o recorde anterior havia sido em junho de 2008, quando o aumento foi de 2,97%. Com o resultado, o acumulado do ano, que apresentava deflação de 0,29% até maio, agora apresenta inflação de 3,25%, segundo a Apas.
Leite e aves são ‘vilões’
De acordo com a Apas, leite e aves foram os grandes “vilões” do mês de junho. O primeiro manteve a rota de intensa alta, subindo 19,18% no mês e alcançando 36,23% no acumulado de 2018. Já as aves subiram 21,1% e devolveram toda a queda de preço de 2018, uma vez que estava em 14% de deflação. Com isso chega a uma alta de 4,21% no ano.
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TV TEM/Reprodução
Segundo a Apas, como o efeito de subida de preços foi praticamente observado em todas as categorias, desde frutas, legumes, verduras e até ovos, fica evidente que a correlação de elevação de preços e a greve dos caminhoneiros.
A pesquisa analisa 5 grupos. O de alimentação foi o que teve a maior alta, passando de 0,34% em maio para 4,75% em junho. Já o de bebidas registrou a maior queda: de -0,09% para -0,19% – a cerveja ajudou a manter o índice para baixo.
Dentro desses grupos vêm as categorias. Segundo a Apas, das 27 categorias analisadas, 25 tiveram aumento. Em maio, apenas oito haviam tido aumento. Veja as 10 categorias que tiveram a maior variação em junho:
Aves: 21,1%
Leite: 19,18%
Ovos: 9,08%
Carnes suínas: 7,89%
Carnes bovinas: 7,24%
Derivados da carne: 4,52%
Legumes: 3,96%
Adoçantes: 3,93%
Frutas: 3,71%
Cereais: 3,57%
Maiores altas no ano
Apesar de os tubérculos terem registrado queda de maio para junho (de 24,34% para 3,56%), no acumulado do ano, a alta foi de 43,98%. Já o leite acumula alta de 36,23%. Veja as 10 categorias com maior alta acumulada no ano:
Tubérculos: 43,98%
Leite: 36,23%
Ovos: 9,77%
Verduras: 9,28%
Legumes: 17,18%
Frutas: 6,59%
Aves: 4,21%
Pescados: 3,08%
Derivados do leite: 2,37%
Massas, farinhas e féculas: 2,27%
Hortifrutigranjeiros
Os hortifrutigranjeiros tiveram variação de 3,82% em junho. Em maio, havia sido de 3,9%. A abobrinha liderou, com mais de 34% de alta, seguida do melão, com alta de 18,72%.
Veja os 10 alimentos com as maiores altas em junho:
Abobrinha: 34,03%
Frango: 21,94%
Leite Longa Vida: 19,28%
Melão: 18,72%
Vagem: 16,76%
Chuchu: 16,12%
Batata: 13,19%
Lombo com osso: 12,34%
Acém: 10,66%
Quiabo: 10,11%
No acumulado do ano, a cebola foi a vilã do aumento devido as quebras fortes de safra e dólar alto, segundo a Apas. Porém, o cenário pode começar a mudar no segundo semestre já que em junho foi observada queda de 7% nos preços da cebola, de acordo com a entidade.
Veja os 10 alimentos com as maiores altas no acumulado do ano:
Cebola: 116,80%
Beterraba: 106,46%
Pepino: 46,49%
Abobrinha: 44,02%
Batata: 40,72%
Leite Longa Vida: 36,44%
Melão: 30,88%
Tomate: 28,34%
Mamão: 24,32%
Vagem: 19,90%
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