‘Ele morreu como herói’, diz irmã de homem morto a tiro ao tentar proteger filho que apanhava na rua


Caso aconteceu no Paraná e foi filmado por câmera de segurança. Jovildo Guedes de Carvalho, de 52 anos, morreu no hospital. Defesa do atirador diz que ele agiu em legítima defesa. Pai morre tentando proteger filho de agressão em Palmeira
A irmã de Jovildo Guedes de Carvalho, pedreiro que foi baleado e morto na frente de casa ao tentar proteger o filho, que estava apanhando na rua, afirma que o homem interviria numa situação como a que ocorreu por qualquer pessoa da família.
“Ele morreu como herói. Isso dá um conforto pra gente, mas a revolta é muito grande porque ele morreu indefeso, sem ter defesa de nada. O ‘cara’ não deu chance de uma conversa, nada pra ele. É muito triste”, afirma Eucimara de Carvalho Tavares.
A cena foi filmada por uma câmera de segurança. Assista na reportagem acima.
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As imagens mostram que o agressor, identificado pela polícia como um jovem de 21 anos, chega em frente à casa da família e, ao ver o filho de Jovildo, de 22 anos, começa a agredi-lo. O pedreiro, então, corre até o local. Ele tenta golpear o agressor com um soco, mas o jovem se esquiva e atira contra o tórax do homem.
O caso aconteceu na tarde de domingo (16) em Palmeira, nos Campos Gerais do Paraná. O suspeito fugiu na sequência, segundo o delegado Rodrigo Siqueira, responsável pelo caso,
Ele explica que as investigações apontam que o filho de Jovildo possui transtornos psicológicos e enviou uma mensagem com uma foto íntima a uma mulher, sem saber que ela era comprometida. O namorado dela viu o contato, marcou um encontro com o jovem, e o agrediu com “coronhadas”. Saiba mais abaixo.
Após ser baleado, Jovildo foi levado ao hospital, mas não resistiu aos ferimentos no tórax.
“Diante dos fatos, a Polícia Civil de Palmeira instaurou o inquérito policial, ouvindo a vítima da agressão, testemunhas e interrogando o autor dos fatos, o qual prestou declarações por videoconferência. Na oportunidade, o homem de 21 anos, autor do disparo e das agressões, confirmou os fatos e disse que sua intenção era apenas assustar a vítima”, afirma o delegado.
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Segundo ele, o suspeito deve responder pelos crimes de homicídio duplamente qualificado, por motivo fútil e dissimulação, porte ilegal de arma de fogo de calibre permitido e lesão corporal.
O nome dele não foi divulgado. Ao g1, a defesa do investigado disse lamentar o ocorrido e alega que o suspeito agiu em legítima defesa.
“Se ele não estivesse armado, certamente hoje seria ele quem estaria morto”, afirma a advogada Renata Moreira.
Jovildo Guedes de Carvalho deixa a esposa e dois filhos. Ele foi sepultado na terça-feira (18), no cemitério municipal de Palmeira.
Pai é morto ao tentar proteger filho que apanhava na rua, diz delegado
Mulher e suspeito afirmam que não conheciam o jovem
À polícia, a mulher que recebeu a mensagem do filho de Jovildo e o namorado dela disseram que não conheciam o pedreiro e o filho dele.
Segundo o delegado, o jovem seguia a mulher nas redes sociais e conseguiu o contato dela na internet.
“Segundo o relato da mãe, o jovem tem déficit de atenção e talvez transtorno do espectro autista, ainda não diagnosticado. Ele enviou uma mensagem de cunho íntimo, uma foto íntima dele para a namorada do investigado, que tinha total acesso ao telefone da namorada, visualizou essa mensagem e marcou um encontro com esse rapaz. Chegando lá, ele chamou o rapaz para a rua, na frente da casa, e já iniciou a agredi-lo com agressões, com pancadas na cabeça”, explica Rodrigo Siqueira.
O pai tentou defender o filho e foi baleado.
À polícia, o atirador disse que não tinha a intenção de cometer homicídio e negou ter usado a arma para agredir o jovem, diz o delegado.
“No interrogatório, ele disse que a ideia era apenas ‘assustar’ a vítima, e não matar. […] Em imagens de câmera de segurança, dá pra ver que ele utiliza a arma pra golpear a cabeça do do jovem. Ele nega isso; no entanto, o jovem de 22 anos, inclusive, teve que levar alguns pontos na cabeça”, detalha.
Suspeito fugiu após o crime
O delegado Rodrigo Siqueira conta que o atirador fugiu após o crime. Logo foi identificado pela polícia, mas não foi localizado.
“Já no momento dos fatos foram efetuadas buscas, tanto pela Polícia Civil, quanto pela Polícia Militar. No entanto, ele não foi encontrado. Fora do período do flagrante [em que é possível fazer prisões em flagrante] a advogada entrou em contato conosco, com a Delegacia de Polícia Civil de Palmeira, solicitando a data do interrogatório – o que foi feito nesta quarta-feira (19)”, aponta.
Crime aconteceu em Palmeira
Reprodução
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