Moradores de Ponta Grossa não terão cobrança de conta de água por um mês, diz Sanepar; entenda


Anúncio foi feito um dia após decisão da Justiça que determina suspensão. Medida visa compensar problemas no fornecimento que persistem há mais de um mês. Segundo a Sanepar, as leituras continuarão ocorrendo, mas os consumidores não receberão fatura com valores a pagar no próximo ciclo
Divulgação/Sanepar
Nenhum morador de Ponta Grossa, cidade dos Campos Gerais, terá cobrança de conta de água por um mês, promete a Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar).
O anúncio foi feito nesta sexta-feira (21), um dia após a Justiça determinar a suspensão da cobrança das faturas para compensar os problemas no fornecimento de água tratada que vêm acontecendo na cidade há mais de um mês. Saiba mais abaixo.
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Segundo a Sanepar, as leituras continuarão ocorrendo, mas os consumidores não receberão fatura com valores a pagar no próximo ciclo. A companhia também garante que manterá a suspensão dos cortes por falta de pagamento por mais 60 dias na cidade.
Na quinta-feira (20) de manhã, em entrevista à RPC, o governador do Paraná, Carlos Massa Ratinho Júnior (PSD) pediu desculpas aos moradores de Ponta Grossa pela falta de água.
De tarde, a juíza Luciana Virmond Cesar determinou a suspensão da cobrança do valor integral da tarifa de água e esgoto de todas as unidades consumidoras atendidas pela Sanepar na cidade por pelo menos 30 dias. A magistrada também decidiu que, após o prazo, a determinação será reavaliada.
Em nota emitida na manhã desta sexta-feira (21), a Sanepar alegou que ainda não havia sido notificada sobre a decisão.
“Independente disso, em paralelo às obras e medidas operacionais para restabelecer o abastecimento, a Sanepar já vinha buscando viabilizar as medidas compensatórias para a população em função do período de falta de água parcial em Ponta Grossa, anunciadas hoje”, disse a companhia.
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Decisão judicial
A decisão judicial emitida na quinta-feira (20) que determina a suspensão da cobrança de conta de água em Ponta Grossa por um mês foi proferida no âmbito de uma ação popular movida em conjunto pelo deputado federal Aliel Machado (PV) e vereadores Geraldo Stocco (PV) e Fabio Silva (Republicanos).
No documento, a juíza Luciana Virmond Cesar destaca entender que houve violação ao artigo 6º da Lei nº 8.987/1995 (Lei das Concessões e Permissões de Serviços Públicos), “que determina que a prestação dos serviços públicos concedidos deve observar os princípios da continuidade, eficiência e regularidade, assim como devem compreender a modernidade das técnicas, do equipamento e das instalações e a sua conservação, bem como a melhoria e expansão do serviço”.
“Como exposto pelo autor, a má gestão e a falta de transparência impactam diretamente na correta aplicação do erário público. […] A própria ré confessa que a obra iniciada em 16/03/2025 visa incrementar a produção de água para tornar desnecessária a utilização das manobras operacionais compensatórias iniciadas em 13/02/2025 , reconhecendo de forma explícita a sua má gestão do sistema de abastecimento e sua irresponsabilidade no planejamento, desenvolvimento, distribuição e administração eficientes dos recursos hídricos”, escreveu a juíza.
A magistrada também ressaltou que a Sanepar deveria ter tomado medidas prévias e efetivas “levando em conta o aumento do consumo nesta cidade no uso da água, o que teria evitado todas as interrupções e oscilações no abastecimento”.
“Supostos vazamentos em válvulas ocorridos na citada obra emergencial iniciada no 16 de março de 2025 em nada altera a situação analisada nos autos, pois é mais do que evidente que todas as medidas necessárias para o incremento da produção de água para atender à demanda crescente da população de Ponta Grossa deveriam ter sido tomadas previamente e não de forma emergencial, como foi feito pela ré Sanepar”, destaca o documento.
Mais de um mês de problemas
Moradores fazem fila em bica d’água em Ponta Grossa
RPC
Os problemas frequentes no abastecimento de água em Ponta Grossa iniciaram há mais de um mês.
No dia 13 de fevereiro a Sanepar iniciou uma série de manobras de redução de abastecimento no município, deixando regiões sem água por horas ou dias.
Na época, a justificativa foi que havia água nos reservatórios, mas a companhia não estava dando conta de fazer o tratamento devido ao aumento do consumo durante a onda de calor registrada na cidade e em todo o país.
Desde então, a Sanepar vem fazendo obras emergenciais para ampliação do sistema e deixando bairros sem água durante as manobras adotadas.
A crise de falta de água se intensificou desde domingo (16), após o início de obras que visam resolver o problema de fornecimento que começou em fevereiro. Desde então, a maioria dos mais de 372,5 mil habitantes da cidade ficou com as torneiras secas.
A falta do recurso hídrico encanado provocou o fechamento de estabelecimentos comerciais, o cancelamento do expediente de órgãos públicos, como da Prefeitura e da Câmara Municipal, a dispensa de alunos de escolas, o adiamento de cirurgias em hospitais e moradores formando filas formadas em bicas para ter acesso a água.
A Sanepar deu a previsão que a situação se normalizaria até quinta-feira (20), mas nesta sexta (21) moradores de diversas regiões do município ainda relatam estar sem água.
Contato com a Sanepar
Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar)
Ike Stahlke/Sanepar
Clientes de Ponta Grossa podem entrar em contato com a Sanepar pelo telefone (42) 2102-4600, na Central de Relacionamento com o Cliente (Rua Balduíno Taques, 1150) e pelo site da companhia, que disponibiliza um formulário com a solicitação de serviços para os clientes da cidade.
Acesse o site da Sanepar
Para clientes de outras cidades, os canais oficiais de atendimento da Sanepar são:
📞Telefone: 0800 200 0115;
📳WhatsApp: (41) 99544-0115;
📧E-mail: [email protected];
📲Aplicativo: Sanepar Mobile.
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