Caso Tabira: MPPE devolve inquérito à Polícia Civil e pede reforço na investigação da mãe da criança de 2 anos morta pelos ‘cuidadores’


Ministério Público de Pernambuco disse que o caso está em fase de apuração “intensiva” e pediu que a polícia investigue a participação da mãe no crime ocorrido no dia 16 de fevereiro. Criança de dois anos é assassinada em Tabira.
Patosonline
O Ministério Público de Pernambuco confirmou nesta terça-feira (18) ao g1 que devolveu o inquérito à Polícia Civil e pediu reforço na investigação da mãe da criança de 2 anos morta pelos “cuidadores” no dia 16 de fevereiro deste ano, em Tabira, Sertão de Pernambuco.
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A nota enviada ao g1, diz que no contexto das investigações relacionadas ao gravíssimo caso de Arthur Ramos Nascimento, “é importante comunicar que ainda estamos em fase de apuração intensiva para concluir totalmente as motivações e as circunstâncias do crime, bem como investigar a a participação da mãe no caso”.
O inquérito foi enviado ao MPPE 30 dias após o crime. O g1 questionou a polícia sobre a causa da morta da criança que foi encontrada na época do crime com diversos ferimentos no corpo. Sobre esse assunto, a nota diz que:
“Sobre o laudo pericial, esse é um documento que faz parte do processo de investigação e é anexado ao inquérito. Essas informações não são divulgadas pela Secretaria de Defesa Social”.
Confira o que se sabe e o que falta esclarecer sobre o crime:
Quem são os suspeitos?
Como foi a prisão?
Para onde a suspeita foi levada?
A mãe teve participação no crime?
O que diz a SDS sobre o linchamento?
Qual a motivação do crime?
Como foi a abordagem da polícia?
Quem são os suspeitos?
Casal suspeito de ter assassinado criança de 2 anos em Tabira
Reprodução
Os suspeitos de terem cometido o crime são um casal que era responsável por cuidar da criança, disse a Polícia Civil. Segundo a delegada Joedna Soares, Arthur ramos ficava sob os cuidados de Antonio Lopes Severo, conhecido por “Frajola”, e Giselda da Silva Andrade.
Ainda de acordo com a delegada, ambos tinham passagem pela polícia e já haviam sido presos por envolvimento em crimes como tráfico e homicídio.
Como foi a prisão?
Após cometer o crime, a dupla fugiu da cidade e foi localizada em Carnaíba, outro município do Sertão a 40 km de Tabira, local onde o crime ocorreu. Na noite da terça-feira 18 de fevereiro, durante uma ação das polícias Civil e Militar, ambos foram presos na zona rural.
Enquanto eram conduzidos para a delegacia de Tabira, moradores revoltados com o crime se reuniram no trajeto e conseguiram tirar Antonio de dentro de uma das viaturas. O homem foi linchado no meio da rua por diversas pessoas (veja vídeo abaixo).
Polícia prende suspeitos de terem assassinado criança de dois anos em Tabira
De acordo com a polícia, ele foi levado para um hospital da cidade, mas não resistiu aos ferimentos e morreu. Giselda foi levada para a delegacia.
Para onde a mulher foi levada?
Giselda foi levada para a delegacia de Afogados da Ingazeira, no Sertão, há 22 km de Tabira. Ela passou por audiência de custódia e foi encaminhada para um presídio. O local onde ela está presa não foi divulgado pela Polícia Civil.
A mãe teve participação no crime?
Nas redes sociais, Geovana Ramos, a mãe da criança, fez postagens afirmando que estava viajando a trabalho e que não sabia que o casal agredia o filho. Ao g1, a delegada Joedna disse que a mãe da criança não tem participação no crime porque estava em outro estado.
“Eu não abandonei meu filho, eu estava trabalhando…Eu errei em confiar nessas ‘almas sebosas’. Eu tenho provas de que estava em busca do sustento pro meu filho. A culpa é deles e não minha, pelo amor de Deus, eu não tenho mais cabeça pra ler comentários negativos” , afirmou Geovana nas redes sociais.
Geovana (mãe) e Artur (filho)
Reprodução/Redes Sociais
O que diz a SDS sobre o linchamento?
A Secretaria de Defesa Social de Pernambuco disse que a Corregedoria Geral tomou conhecimento da ocorrência de linchamento. Um inquérito foi instaurado para uma investigação preliminar para apurar a conduta dos policiais.
Giselda, mulher suspeita de ter participação no homicídio de criança de 2 anos em Tabira
Reprodução/Redes Sociais
Qual a motivação do crime?
A Polícia Civil ainda não informou qual foi a motivação do crime. Ele foi registrado na Delegacia de Tabira como violência doméstica e familiar.
Como foi a abordagem da polícia?
Durante a audiência de Custódia na quarta-feira (19), Giselda disse que foi vítima de violência policial durante a prisão. Por meio de nota, o TJPE disse que quando esse tipo de situação ocorre, o juiz plantonista tem por obrigação encaminhar o relato para a Corregedoria Geral da Secretaria de Defesa Social das Polícias Militar ou/e Civil, para que seja apurado o fato.
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