Famílias de idosos desaparecidos em RR cobram Polícia Civil e relatam meses sem informações sobre investigações


Maria Madalena, de 87 anos desapareceu no dia 25 de agosto do ano passado, quando saiu para ir até a casa do sobrinho. Aurélio Martins, de 74 anos desapareceu no dia 2 de abril também do ano passado após ir para uma comemoração em um sítio, ambos no município de Rorainópolis, Sul do estado. Aurélio Martins está desaparecido desde o dia 2 abril, e Maria Madalena Viana, desde o dia 25 de agosto.
Arquivo Pessoal
As famílias dos idosos Maria Madalena Viana, de 87 anos e Aurélio Martins, de 74, desaparecidos no município de Rorainópolis, Sul de Roraima, estão sem respostas sobre as investigações do paradeiro. “Aflitos e desamparados” com a falta de informações, eles cobram a Polícia Civil após meses sem qualquer notícia sobre o andamento das operações de busca.
Maria Madalena desapareceu no dia 25 de agosto do ano passado, quando saiu para ir até a casa do sobrinho. Aurélio Martins desapareceu no dia 2 de abril também do ano passado após ir para uma comemoração em um sítio. As famílias relataram ao g1 que estão “no escuro” sobre o andamento das investigações.
O neto da idosa, Samuel Alho de Oliveira, de 30 anos, contou que desde o desaparecimento de Madalena, a Polícia Civil esteve no local no máximo três vezes, e depois disso “nunca mais apareceram para dar satisfação”. Já o Corpo de Bombeiros esteve no local somente nos primeiros 7 dias do desaparecimento. O último contato das autoridades com a família aconteceu há 8 meses, de acordo com Samuel
“Dia 25 agora completa 11 meses do desaparecimento, no próximo mês vai completar um ano do desaparecimento da minha vó. Durante esses meses a Polícia Civil apareceu aqui na vila Equador creio que umas três vezes somente, desde então nunca mais vimos a equipe de investigação nem sequer pra nos dizer se estão investigando ou como anda as investigações” contou o neto.
Já a filha do idoso, Dayane Ferreira de Souza, de 34 anos, contou que em setembro do ano passado foi a ultima vez que ela mesma foi até a delegacia fazer um requerimento para entregar ao Corpo de Bombeiros, mas não teve respostas. A principal reclamação da filha é que os órgãos continuam sem dar notícias concretas.
“Dia 5 de setembro de 2023 foi a última vez q fui na delegacia no mesmo dia fiz um requerimento e entreguei no corpo de bombeiros mas depois disso não tive mais nenhum retorno […]”, disse a filha.
“A polícia diz que é o Corpo de Bombeiros que tem que fazer buscas, e o Corpo de Bombeiros diz que é a polícia que tem que investigar o caso e assim eu fiquei sem ter a quem recorrer” contou.
Em nota, o Corpo de Bombeiros disse que manteve as buscas por Maria Madalena até o dia 31 de agosto, percorrendo “todos os locais possíveis de localização” dela, num raio de mais de 3 mil metros no entorno da Vila do Equador, fazendo inclusive a “utilização de cães de busca”. Apesar disso, as equipes não conseguiram encontrá-la.
Logos após encerrar a missão, o Corpo de Bombeiros repassou o caso à Polícia Civil que “desde o registro do desaparecimento, foram realizadas diversas diligências, incluindo varreduras detalhadas pelo Corpo de Bombeiros e investigações minuciosas pela equipe policial local e por uma equipe de reforço de Boa Vista. A investigação continua em aberto e segue-se esperando qualquer nova informação que possa surgir”, informou.
A Polícia Civil finalizou relatando que compreende a angústia da família e “lamenta profundamente a ausência de respostas concretas até o momento”.
O g1 também questionou a Polícia Civil sobre o desaparecimento de Aurélio Martins e perguntou se as buscas ainda estão sendo feitas, mas não obteve resposta até a última atualização desta reportagem.
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De acordo com Samuel, o sentimento da família de Maria Madalena é de desamparo pelas autoridades. Ele contou que estão sem respostas sobre a idosa, mas continuam procurando pela avó.
“Sabemos que a Polícia Civil tem sua equipe de investigação e que com certeza são capacitados, mas infelizmente no caso da minha avó até o momento nunca nos deram respostas. Vemos como são resolvidos alguns casos com rapidez e agilidade dentro de dias, e no caso da minha vó vai se completar um ano e nada foi resolvido”.
“Nos como família nunca deixamos de procurar minha vó, sempre fazemos buscas por conta própria, sempre vamos em busca de qualquer coisa que nos leve ao seu paradeiro. Quase um ano se passa e nós estamos além de aflitos nos sentimos desamparados pelas autoridades competentes” disse.
A família de Aurélio Martins também se sente desamparada sem respostas do paradeiro do idoso. O sentimento, de acordo com Dayane, é também de abandono.
“Desamparo essa é a palavra certa. Nos sentimos impotentes sem saber o que fazer sem saber o que aconteceu, sem nenhuma resposta, só Deus pra ter misericórdia” ressaltou.
Desaparecimento de Madalena Viana
Maria Madalena Viana, de 87 anos.
Arquivo Pessoal
A idosa Maria Madalena Viana, de 87 anos, está desaparecida há 10 meses. No dia 25 de agosto completa 1 ano de desaparecimento. Ela saiu de casa, na vila do Equador, por volta das 13h30 do dia 25 de agosto para ir até a casa do sobrinho, que morava próximo.
Um boletim de ocorrência foi registrado no dia do desaparecimento e a Polícia Civil investiga o caso. A neta dela, Rute de Oliveira, relatou ao g1 que a avó sofre de Alzheimer, mas era acostumada a fazer o percurso. Ela chegou na casa dela por volta das 15h40 e não encontrou mais a avó. A região tem área de mata e vicinais nas redondezas.
Informações sobre o paradeiro de Maria Madalena Viana pode ser informado nos números (95) 99163-6002, (95) 99133-1389 ou (95) 99113-6140.
A filha da Maria Madalena, Dorotéia Viana, conta que se sente frustrada e sem chão com toda a situação.
“As autoridades estão ali para prestar trabalho para sociedade. Em momento como esse, qual o trabalho da Polícia Civil? Investigar e buscando informações. Até o momento não tivemos nada disso, nem vieram aqui. A gente se sente frustrado, se sente incapaz”, disse Dorotéia.
Desaparecimento de Aurélio Martins
Aurélio Martins de 74 anos.
Arquivo Pessoal
Aurélio Martins, está desaparecido há mais de 1 ano. O idoso sumiu no dia 2 de abril, durante um fim de semana com a família. A filha dele, Dayane de Souza, relatou ao g1 que o idoso saiu com ela para uma confraternização em um sítio na vicinal 11, na BR-174.
Na manhã do dia 10 de abril, um domingo, ele não foi mais visto. A filha contou que ela e o resto da família percebeu que ele não estava mais no local por volta das 10h. Desde então, a família tenta localizá-lo. O desaparecimento dele foi registrado em um boletim de ocorrência na delegacia de Rorainópolis.
No BO, a filha disse que o pai fazia uso de remédio controlado pois sofria de um problema no sistema nervoso central. Ele mora na cidade de Rorainópolis, distante do sítio onde estava quando sumiu. Moradores da região contaram para a família que ele havia sido visto andando na vicinal 11, sentido à BR-174 na época do desaparecimento.
A filha conta que os bombeiros só realizaram buscas no primeiro mês do desaparecimento, e depois não deram mais satisfação sobre como andava o caso.
A filha Dayane conta que durante todos esses cinco meses, os Bombeiros fizeram buscas durante cinco vezes, mas sem sucesso.
“Nos sentimos impotentes e sem ter a quem recorrer humanamente falando”, diz ela.
Qualquer informação sobre o paradeiro de Aurélio Martins pode ser informada no número (95) 99142-3301, da filha dele.
Estagiária sob supervisão e edição de Caíque Rodrigues.
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