Bolo envenenado: com suspeita morta, qual é o futuro dos inquéritos sobre o caso na Justiça


Deise Moura dos Anjos era investigada por quatro homicídios e quatro tentativas de homicídio, em dois casos, incluindo o do bolo envenenado que matou três passou em Torres. Suspeita morreu na prisão. Bolo envenenado: Deise do Anjos foi apontada como autora de 4 mortes e 5 tentativas de homicídio
Depois de quase dois meses de investigação, a principal suspeita de matar três pessoas da mesma família com um bolo envenenado, que estava presa preventivamente na Penitenciária Estadual Feminina de Guaíba, foi encontrada morta na dentro da cela.
Nesta sexta-feira (21), a Polícia Civil concluiu o inquérito sobre o caso e o encaminhou ao Ministério Público no RS. Com a principal e única suspeita morta, no entanto, o processo deve ser arquivado. Entenda abaixo.
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Deise Moura dos Anjos era investigada por quatro homicídios e quatro tentativas de homicídio, em dois casos. Uma das investigações apurou a participação de Deise no envenenamento de um bolo que causou a morte de três pessoas da mesma família, em Torres, no Litoral Norte do RS, em dezembro. Neste caso, ela também era investigada por três tentativas de homicídio, de três pessoas que também comeram o bolo e sobreviveram, incluindo a sogra Zeli dos Anjos, que seria, segundo a Polícia Civil, o principal alvo da suspeita.
A polícia também investigou se ela matou o sogro, Paulo Luiz dos Anjos, em setembro. Ele morreu após consumir bananas e leite em pó levados à casa dele pela nora. Neste caso, também havia investigação por tentativa de homicídio, já que Zeli também comeu os alimentos e sobreviveu.
O delegado Marcos Vinicíus Veloso, responsável pelo caso, explica que os inquéritos policiais sobre os dois casos já estavam em fase de término quando Deise morreu. Com isso, foram encaminhados praticamente como estavam ao Poder Judiciário.
De acordo com Cassyus Pontes, advogado que representou Deise durante o processo, em depoimento antes da conclusão do inquérito, a suspeita “estava sendo investigada por um fato, ainda sem relatório final, já com uma condenação por parte de uma instituição do Estado” e afirmava “que jamais colocou na farinha, que jamais usou no suco” o veneno encontrado pela perícia. “São questionamentos que vão ficar eternamente. E nenhuma investigação, nenhuma decisão, nesse momento, vão mudar essa realidade”, afirma o advogado.
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Como fica o processo
De acordo com o Ministério Público do RS, em casos como o de Deise Moura dos Anjos, que morreu enquanto era investigada, “o processo é extinto pela morte do agente quando a punibilidade do réu é extinta, o que acontece de acordo com o artigo 107, inciso I, do Código Penal”.
Sendo assim, não há denúncia a ser oferecida ao Poder Judiciário, que não tem como abrir processo contra o possível réu. Sobre o caso de Deise, o Tribunal de Justiça do RS afirma que “é necessário aguardar a manifestação do Ministério Público” e, “a partir disso, o Juiz irá proferir a decisão”.
Deise Moura dos Anjos estava presa temporariamente na Penitenciária Estadual Feminina de Guaíba, onde foi encontrada morta
Reprodução/RBS TV
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