Delegacia Especializada em Repressão a Crimes Cibernéticos é inaugurada no RN; saiba como vai funcionar


DRCC passa a funcionar no prédio da antiga DHPP. Fraudes eletrônicas, estelionato virtual e disseminação de conteúdos ilícitos estão entre crimes investigados. Delegacia contra crime cibernético passou a funcionar no RN
Humberto Sales/governo do RN
A Delegacia Especializada em Repressão a Crimes Cibernéticos (DRCC) foi inaugurada nesta sexta-feira (14) na Zona Oeste de Natal. Segundo pesquisa da DataSenado, no Rio Grande do Norte cerca de 25% da população já foi vítima de algum tipo de crime digital, o que representa 1 a cada 4 pessoas.
📍 A DRCC passa a funcionar no prédio da antiga Divisão de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP), localizado na Avenida Capitão-Mor Gouveia, no bairro Nossa Senhora de Nazaré.
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O objetivo da delegacia é intensificar o combate a crimes praticados no ambiente digital, como fraudes eletrônicas, estelionato virtual, disseminação de conteúdos ilícitos e crimes contra a propriedade intelectual.
A DRCC conta com uma equipe formada por um delegado, dois escrivães e cinco agentes.
Funcionamento
Segundo o delegado Felipe Botelho, titular da delegacia, a vítima de crimes cibernéticos pode procurar a delegacia distrital mais próxima para o atendimento inicial e que os casos que forem de competência da DRCC serão encaminhados para a unidade especializada.
“A pessoa que sofreu um golpe ou teve um dispositivo invadido pode continuar procurando a delegacia distrital do seu bairro. Após isso, todos os casos que sejam de nossa atribuição serão encaminhados para nós”, explicou.
O delegado reforçou ainda a importância de registrar a queixa por meio da delegacia virtual (clique AQUI).
“A internet além de se valer de uma falsa sensação de anonimato, também às vezes acha que a barreira geográfica vai dificultar a nossa investigação. Mas nossa Polícia Civil busca se integrar cada vez mais com a polícia de outros estados para que a gente possa dar uma pronta resposta no combte desse tipo de criminalidade”, pontuou.
O secretário de Segurança Pública do Estado, coronel Francisco Araújo, ressaltou que a unidade atuará de forma integrada com outras delegacias e órgãos de segurança, como o Departamento de Proteção a Grupos em Situação de Vulnerabilidade, que combate crimes como a pedofilia.
Inauguração ocorreu nesta sexta-feira
Thiago César/Inter TV Cabugi
Crimes virtuais atingem potiguares
A influenciadora digital Gabriela Cajueiro foi uma das potiguares que se entraram na estatística de crimes virtuais.
Ela teve as contas de redes sociais tomadas por criminosos ao aceitar uma suposta proposta de parcerias com uma marca de roupa.
“Eles me mandaram uma direct [mensagem privada] no Instagram como seriam as parcerias, até que chegou o momento em que eles pediram pra chamar no WhatsApp. Entrei em contato, eles mandaram o orçamento, disseram que eu tinha que escolher algumas peças de roupa”, disse.
“Eles mandaram o link do site, era o link da marca mesmo, não tinha como eu entender que aquilo ali estava sendo um golpe, foi muito bem pensado. Eles mandaram outro link pra fazer um cadastro na plataforma de influenciadores. E quando eu entrei tinha dizendo que eu tinha que confirmar o meu Instagram como influenciador da marca. E assim que eu confirmei, o meu Instagram saiu de todos os celulares”.
1 a cada 4 potiguares foi vítima de golpe virtual
O Rio Grande do Norte é o estado do Nordeste em que mais pessoas disseram ter perdido dinheiro nos últimos 12 meses em algum crime cibernético, como clonagem de cartão, fraude na internet ou invasão de contas bancárias. O dado faz parte de uma pesquisa realizada pelo DataSenado em parceria com a Nexus.
Pelo menos 25% da população do estado já foi vítima desses golpes. O estado também é o único da região acima da média nacional, de 24%. Entre os estados nordestinos, com exceção do Rio Grande do Norte, todos registraram indicadores abaixo da média nacional, com destaque para Sergipe (19%), Piauí (18%) e Ceará (17%), que possuem a menor incidência de vítimas desses golpes.
No ranking geral, o Rio Grande do Norte é o quinto estado com maior recorrência desse tipo de golpe, junto com Amazonas, Pará e Minas Gerais. Lideram a lista, São Paulo, com 30%, seguido por Mato Grosso, com 28%.
De acordo com a pesquisa, o perfil das vítimas é semelhante às características socioeconômicas dos brasileiros. Por exemplo, 51% das vítimas têm renda familiar de até dois salários mínimos, na população brasileira o indicador é de 49%.
Na faixa etária, a maior incidência (27%) entre 16 a 29 anos é o mesmo percentual desse grupo na população em geral. Já as pessoas com 60 anos ou mais são 20% da população e 16% das vítimas desse tipo de golpe.
O coordenador da pesquisa e analista do DataSenado, José Henrique Varanda, comentou que o levantamento explana a dimensão desse tipo de crime no Brasil e pode ser eficiente como base para elaboração de propostas.
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