
Fundada nos anos 1990 e quarta maior companhia aérea do país é responsável pelo voo com 61 passageiros mortos nesta sexta-feira (9). Avião ATR72 da Voepass em Ribeirão Preto, SP
Divulgação
A Voepass Linhas Aéreas, operadora do avião ATR-72 que caiu em Vinhedo (SP) nesta sexta-feira (9) com 61 pessoas a bordo e sem sobreviventes, já foi conhecida em todo o país como Passaredo, com sede em Ribeirão Preto (SP) e considerada a quarta maior companhia aérea do país, segundo a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).
Com base no Jardim Aeroporto, zona Norte da cidade, próximo ao Aeroporto Estadual Leite Lopes, a empresa foi fundada em 1995 com o nome de Passaredo Linhas Aéreas por José Luiz Felício, neto de libaneses nascido em Mococa (SP) e falecido aos 81 anos em 2023.
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De acordo com informações da empresa, a companhia tem uma frota de 15 aeronaves nos modelos ATR-42 e ATR-72. A operação se estende por 26 destinos em todas as regiões do Brasil. A Voepass tem cerca de 1 mil colaboradores e transportou, em 2023, cerca de 500 mil passageiros.
Segundo a companhia, o avião envolvido no desastre aéreo em Vinhedo estava em plenas condições de voo e sem restrições.
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Em julho deste ano, a companhia anunciou uma expansão com abertura de uma base em Chapecó (SC) e outra no Aeroporto Galeão, no Rio de Janeiro. A previsão é de que as operações tenham início em outubro, o que impactará na oferta de mais voos e ajustes na malha aérea.
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O comunicado menciona que as novas operações abrangerão São Paulo, Guarulhos (SP), Ribeirão Preto, São José do Rio Preto (SP), Goianá (MG), Rio de Janeiro, Santa Maria (RS), Pelotas (RS), Chapecó (SC), Joinville (SC), Florianópolis (SC), Recife (PE) e Campina Grande (PB).
Ainda de acordo com o comunicado, a base em Chapecó terá voos para o aeroporto de Congonhas, em São Paulo, Florianópolis e Galeão, no Rio, em conexão com Congonhas.
Operação da Voepass, antiga Passaredo Linhas Aéreas, em Ribeirão Preto, SP
Thiago Aureliano/EPTV
Antiga Passaredo
Anteriormente, a Voepass era conhecida como Passaredo, grupo que chegou a enfrentar anos de crise financeira com demissões e um processo de recuperação judicial.
A companhia esteve sob o comando do fundador até 2002, quando José Felício passou a gestão para o filho, o comandante José Luiz Felício Filho.
Em meio a dívidas e dispensa de funcionários, a empresa entrou com o pedido de recuperação na Justiça em outubro de 2012 para viabilizar o pagamento de passivos e manter suas atividades. O volume dos débitos estimado na época era de R$ 150 milhões, e o plano foi acatado em março de 2013 por 88% dos credores.
A Voepass, antiga Passaredo Linhas Aéreas, em Ribeirão Preto, SP
Thiago Aureliano/EPTV
O processo somente foi encerrado em agosto de 2017, quando a companhia então operava com sete aeronaves ATR-72, do mesmo modelo do desastre aéreo na região de Campinas (SP), com rotas para 20 cidades em nove estados, e em parcerias com grandes companhias.
Durante essa reestruturação, a Passaredo chegou a demitir 200 funcionários e deixou de atender destinos como Dourados (MS) e Uberlândia (MG), mas rotas para outros municípios, como Araguaína (TO), Guarulhos (SP), Brasília (DF), São José do Rio Preto (SP) e Cascavel (PR), por exemplo, foram mantidas.
Um mês antes, em julho daquele ano, a empresa chegou a anunciar a venda para o Grupo Itapemirim, mas desfez a negociação em setembro por descumprimento de condições precedentes estabelecidas em contrato.
Em 2018, diante de um quadro de demissões, ex-funcionários denunciaram atraso em parte do pagamento de compromissos trabalhistas. Na época, a companhia justificou problemas de receita devido à paralisação dos caminhoneiros, mas se comprometeu em fazer as quitações pendentes.
Queda de avião em Vinhedo, interior de SP
Reprodução
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