Governo de Roraima promove resgate da cultura e do patrimônio do Estado com a revitalização de prédios históricos


Processo de restauração e reforma do Governo do Estado em espaços como a Casa de Cultura, Teatro Carlos Gomes e Palácio da Cultura garantem memória, cultura e artes vivas para a população roraimense Casa da Cultura Madre Leotávia Zoller foi restaurada mantendo aspectos originais da década de 40.
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O Governo do Estado avança no trabalho para revitalizar e preservar o patrimônio cultural e histórico de Roraima para as gerações futuras. Esse esforço pode ser traduzido, por exemplo, na recente reinauguração da Casa de Cultura Madre Leotávia Zoller, iniciativa incluída em um projeto amplo que engloba ainda as reformas do Teatro Carlos Gomes e do Palácio da Cultura Nenê Macaggi, após anos de descaso e abandono de gestões passadas.
A Casa da Cultura foi reinaugurada no mês de julho e o prédio tornou-se a sede da Academia Roraimense de Letras (ARL). Já o Teatro Carlos Gomes e o Palácio da Cultura, aguardados por quem participou da memória do Estado, estão sendo preparados para serem reabertos à população e devem ser entregues no segundo semestre deste ano.
“Começamos com a Casa da Cultura, mas ainda vêm aí o Teatro Carlos Gomes e o Palácio Nenê Macaggi, onde funcionam a Secult (Secretaria de Cultura e Turismo) e a Biblioteca Estadual, sem mencionar outros lugares como a Segad (Secretaria de Gestão Estratégica e Administração) e a escola Diomedes Souto Maior. Somos o governo que mais recupera prédios históricos, e fazer isso é resgatar a memória e a cultura de Roraima”, afirma o governador Antonio Denarium sobre o processo de renovação patrimonial do estado.
Acervo da Casa da Cultura conta com relíquias guardadas por décadas.
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Renovada pelo Governo, Casa da Cultura é referência histórica e patrimonial de Roraima
A conselheira Petita Brasil possui atuação reconhecida em prol da preservação de locais históricos e da promoção cultural em Roraima. Atualmente ela faz parte do Conselho Estadual de Cultura e nutre uma antiga relação afetiva pelo contato profissional e pessoal ao longo dos anos com a Casa da Cultura Madre Leotávia Zoller.
Construído na década de 1940 por Milton Miranda e depois vendida ao Governo do Território Federal de Roraima, o prédio da Casa de Cultura está ligado diretamente ao processo histórico de implementação do Território Federal do Rio Branco, criado em 1943.
“Minha ligação com cada patrimônio é muito grande porque vi nascer muitos desses espaços. Venho acompanhando passo a passo cada movimento para que a cultura local seja renovada e nossa memória seja resgatada. Como criança, frequentei muito aquela casa (da Cultura) e tomei muito banho naquela fonte. Não só passei por lá. Eu vivi e eu senti esse espaço”, diz.
Hoje a conselheira, assim como toda a população, pode desfrutar de um espaço que teve toda a área de 430,31 m² restaurada com elementos originais da década de 1940, que contemplou área de exposição temporária e exposição permanente, área do café, jardim com vários tipos de plantas e flores, banheiros e vestiários masculinos e feminino, banheiros para PCDs (pessoas com deficiência), administração, depósito, terraço e sacada.
Com ordem de serviço assinada em dezembro de 2023 e conclusão prevista para o segundo semestre de 2024, a obra foi concluída rigorosamente dentro do cronograma estabelecido. O espaço já havia sido tombado como patrimônio histórico de Roraima pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em 1994, e por isso as obras de restauro receberam a anuência e foram acompanhadas pelo órgão.
A restauração do Governo de Roraima também incluiu cuidados com o acervo da Casa da Cultura, que conta com relíquias guardadas por décadas, como cédulas de cruzeiros da década de 1940, na fundação, além de utensílios de escritório, mobiliário e até documentos antigos. A Secretaria de Infraestrutura (Seinf) manteve as características originais do ambiente após a restauração, como explica o vice-governador de Roraima e secretário de Infraestrutura, Edilson Damião.
“O Governo teve todo o cuidado de manter a originalidade na Casa da Cultura e a mesma coisa a gente está fazendo no Teatro Carlos Gomes e também estamos recuperando o Palácio da Cultura. São investimentos feitos através de emenda parlamentar e contrapartida do estado de quase R$ 5 milhões nessas três obras. Uma delas nós já entregamos que foi a Casa de Cultura e logo vamos entregar o Palácio da Cultura e o Teatro Carlos Gomes”, afirma Damião.
Após a reforma, Teatro Carlos Gomes irá voltar a receber apresentações e espetáculos artísticos
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Teatro Carlos Gomes voltará a receber apresentações e espetáculos artísticos importantes
As memórias de outro espaço cultural a ser recuperado pelo Governo de Roraima também estão vivas para outra personalidade renomada de Roraima, o professor universitário Aimberê Freitas, autor de obras que falam sobre a geografia e a história do estado.
“Nasci em 1946 aqui em Roraima e minha formatura do antigo colegial (ensino médio) foi no Teatro Carlos Gomes, onde fui o orador da turma. Era um espaço que estava completamente em ruínas e foi preciso uma reforma completa como a que o Governo está fazendo, e creio que vai ser fundamental para fortalecer toda a atividade cultural no estado”, avalia o professor e memorialista.
Construído no final da década de 1940, O Teatro Carlos Gomes foi o primeiro espaço destinado para espetáculos artísticos em Roraima. O prédio foi construído pelo governador do território à época, Clóvis Nova da Costa, no final da década de 1940 e era muito ativo nas décadas de 1950 até o início da década de 1980, onde também foi palco de apresentações de estudantes.
O Governo de Roraima busca não apenas preservar o legado do teatro e outros prédios, mas também fortalecer as raízes que os conectam gerações, como explica o secretário de cultura, Jaffé Oliveira.
“É um resgate da história da população roraimense, da nossa origem. Roraima tem a peculiaridade de ser um lugar ainda pequeno em termos de população, e as famílias pioneiras estão vinculadas diretamente à formação do estado. Então o trabalho de recuperar esses espaços é sim uma forma de manter a nossa memória viva”, ressalta Jaffé.
As obras em andamento não só prometem devolver a beleza arquitetônica dos espaços restaurados, mas também abrir novas oportunidades para a promoção da arte, música e tradições locais, inspirando um futuro onde o passado cultural brilha com uma nova vitalidade.
A reforma, modernização e ampliação do espaço do teatro, de 569,25 m², prevê salas de camarim, sala de ensaio/preparação, espaço com 80 lugares, banheiros para PCDs (pessoas com deficiência), masculino e feminino, administração, bilheteria, sala de equipamentos e cenário.
Antes da reforma, o teatro estava fechado desde 2008, quando completou 16 anos sem receber manutenção. Aimberê conta que durante este intervalo, o local tinha um cheiro forte, que assustava quem passava por perto, os portões estavam enferrujados e todo o espaço estava como lodo, mato alto e com a estrutura completamente danificada.
A reforma e ampliação do Teatro Carlos Gomes está orçada em R$ 1,9 milhão oriundos de emenda parlamentar e contrapartida do Governo do Estado. Além da reforma e ampliação, o teatro receberá toda infraestrutura de acessibilidade. A obra está em andamento e a previsão é que seja concluída em agosto.
Ainda conforme o professor, a finalização das obras de restauro da Casa da Cultura e de revitalização do Teatro Carlos Gomes e do Palácio da Cultura serão importantes não apenas do ponto de vista cultural, mas para ajudar a revitalizar o Centro de Boa Vista.
“A (avenida) Jaime Brasil, onde fica a Casa da Cultura, foi a primeira avenida de Boa Vista e tem muita história e um potencial turístico muito grande a ser explorado, mas hoje está degradada. A Casa da Cultura já renova os olhares para a região, e com o teatro e o Palácio teremos um conjunto de espaços culturais para atrair mais pessoas para aproveitarem o Centro como lugar de entretenimento e não apenas de passagem”, observa Aimberê.
Reforma do Teatro está prevista para ser concluída ainda em 2024
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Palácio da Cultura voltará a abrigar acervo da maior biblioteca do estado
Outra reforma em andamento é do Palácio da Cultura Nenê Macaggi, ao lado do Centro Cívico de Boa Vista. A obra, orçada em R$ 1,6 milhão, originários de emenda parlamentar, está prevista para ser finalizada em novembro deste ano.
O espaço foi inaugurado em agosto de 1993, na gestão do então governador Ottomar de Sousa Pinto para atender as atividades culturais.
Com área total de 3.394,76 m², a revitalização do espaço contempla manutenções no auditório de 300 lugares, no camarim, na sala vip, na galeria, nas salas dos secretários, biblioteca e na área de leitura infantil. O novo espaço será ampliado e ganhará estrutura mais reforçada para comportar toda a estrutura da Secult, além da Biblioteca Pública de Roraima, que é a maior do estado e possui um grande acervo de obras para consulta e empréstimo.
Com a reforma o espaço também vai ter melhores condições para ser palco de oficinas de teatro e artesanato, exposições artísticas, fotografia, cerâmica e artes plásticas. Além de abrigar feiras, mostras e eventos que promovem a cultura.
Para Freitas, a reforma desses espaços será fundamental sob dois aspectos: “Roraima já ganha no presente com a preservação da memória e do patrimônio para que as gerações mais novas tenham referências concretas sobre as manifestações culturais de Roraima, mas certamente irá possibilitar que novos movimentos e entidades culturais surjam ao longo do tempo, não fortalecendo só a cultura, mas promovendo o turismo e a economia”, finaliza o professor.
Palácio da Cultura voltará a abrigar o acervo da maior biblioteca do estado
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