Laudo aponta que mulher morta após ser deixada em hospital teve traumatismo craniano; namorado diz que ela se jogou de carro

Ana Carla Roque morreu após dar entrada no Hospital Deoclécio Marques, em Parnamirim (RN), no domingo (28). Namorado prestou depoimento na DHPP, que investiga o caso. Mulher de 35 anos morre após ser deixada em hospital da Grande Natal com vários ferimentos
O laudo da necropsia feita pelo Instituto Técnico-Científico de Perícia do Rio Grande do Norte (Itep) apontou que a vendedora Ana Carla Roque, de 35 anos de idade, morreu por conta de uma hemorragia cerebral causada por traumatismo cranioencefálico, ou traumatismo craniano, que representa uma lesão derivada de um impacto na cabeça.
A mulher morreu na manhã de domingo (28) após dar entrada no Hospital Deoclécio Marques, em Parnamirim, na Grande Natal. O namorado dela, que a levou até a unidade ao lado de um outro homem, disse no hospital que ela teria pulado de um carro em movimento. A família contesta essa versão.
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O exame indicou ainda que o traumatismo craniano ocorreu em consequência de um “meio contundente”, que teria provocado a lesão. A forma pelo qual o trauma ocorreu (se foi acidente, por exemplo) não havia sido confirmada pelas autoridades até a manhã desta terça (30).
A Polícia Civil abriu inquérito para investigar o caso, que foi encaminhado para a Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa de Parnamirim (DHPP). O namorado de Ana Carla Roque foi ouvido, ao lado de um advogado, na tarde de segunda-feira (29) na DHPP, e, em seguida, liberado.
Segundo a família, os dois namoravam há cerca de um mês. Após a levar até o hospital ao lado de um outro homem, o namorado de Ana Carla saiu da unidade dizendo que buscaria a mãe da vítima, mas não retornou.
A família só soube da morte da mulher na tarde do domingo, após contato das autoridades.
Horas antes de morrer, Ana Carla estava em uma festa na praia de Pirangi, em Parnamirim. Nas redes sociais, ela registrou o evento e também quando chegou em casa acompanhada de um homem em um carro, segundo a família.
Mãe contesta versão de que filha teria pulado de carro
A mãe de Ana Carla Roque, Maria da Conceição Alves, disse não acreditar que a filha tenha pulado do carro em movimento.
“Eu acredito que ela não fez isso [pulou de um carro em movimento]. Não saiu, abriu porta de carro e caiu, não. A verdade vai aparecer”, disse.
O corpo de Ana Carla Roque foi velado na tarde de segunda-feira (29) na cidade de São José de Mipibu, na Grande Natal, na presença de amigos e familiares.
“Era uma menina muito jovem, muito boa, gostava muito dos filhos dela, queria muito bem aos filhos dela. A mim também. Só morávamos eu, ela e minha netinha”, lamentou a mãe de Ana Carla, Maria da Conceição Alves.
Ana Carla Roque tinha 35 anos de idade
Cedida
Traumas pelo corpo e no crânio
Na solicitação de necropsia, a equipe médica do hospital informou que a mulher deu entrada na unidade já em parada cardiorrespiratória e houve tentativas de reanimação por cerca de 40 minutos, “sem retorno espontâneo em nenhum momento”.
O Hospital Deoclécio Marques comunicou à polícia ainda que Ana Carla sofreu politrauma e trauma cranioencefálico, além de apresentar escoriações no rosto e no joelho.
Ana Carla trabalhava como atendente em uma loja de veículos da Zona Sul de Natal, e morava com a mãe em Nova Parnamirim. Ela deixou dois filhos, um de 14 e outro de 6 anos de idade.
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