Moradores e comerciantes reclamam de mau cheiro de fábrica de refrigerantes no interior de SP: ‘Desagradável’


Famílias e comerciantes dos bairros Jardim Damasco afirmam que a situação se intensificou a partir de 2022. Em nota, a Coca-Cola Femsa Brasil afirmou que segue todos os protocolos definidos pelos órgãos competentes e está fazendo possíveis adequações para diminuir esse odor. Moradores do bairro Jardim Damasco reclamam de mau cheiro vindo de fábrica de bebidas em Marília
Reprodução
Moradores dos bairros Jardim Damasco I, II e III, em Marília (SP), alegam conviver diariamente com um forte odor provocado pela emissão de substâncias da Estação de Tratamento de Efluentes Líquidos da empresa SPAL Indústria Brasileira de Bebidas S/A, do grupo Coca-Cola Femsa.
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Parte das 1.500 famílias que vivem no local, além dos comerciantes da região, afirmam que a situação existe há anos, no entanto, se intensificou a partir de 2022.
De acordo com a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), a empresa foi multada três vezes pelo órgão em razão do problema, acumulando pouco mais de R$ 180 mil em multas.
Em nota, a Coca-Cola Femsa Brasil afirmou que segue todos os protocolos definidos pelos órgãos competentes para garantir a correta gestão de resíduos em suas unidades (confira o posicionamento completo no fim do texto).
Os moradores alegam que, além de acionarem a Cetesb, já fizeram abaixo-assinados e participaram de reunião com a direção da empresa, mas o problema continua. “Estamos reunindo documentos, cópias dos abaixo-assinados, e vamos entrar com representação junto ao Ministério Público”, relatam.
“Esse cheiro é muito forte, é intensificado principalmente à noite, a partir das 18h. A gente abre a sorveteria sempre no período da tarde, até 22h, mas somos prejudicados não só como morador, mas também como comércio”, relata Laercio Agostini Garcia, dono de uma sorveteria e morador da região.
Moradores reclamam de mau cheiro do esgoto em fábrica de refrigerante em Marília
A Cetesb informou que fez uma inspeção na indústria no dia 9 de fevereiro deste ano e constatou que a origem do mau cheiro era proveniente da Estação de Tratamento de Efluentes Líquidos e que a empresa já havia sido multada no valor de R$ 22,9 mil, por deficiência de operação, em 2023.
Só no primeiro semestre deste ano, outras duas autuações foram aplicadas contra a fábrica, uma no valor R$ 55 mil e outra de R$ 110 mil, no último dia 4 de julho, segundo a Cetesb. Por se tratar de reincidência, o valor da multa foi dobrado.
Enquanto a solução não vem, a população afirma sofrer com os problemas decorrentes do forte odor que toma o local.
“Há relatos de moradores que têm criança pequenas e com problemas respiratórios, crianças que têm problema com bronquite. Mas não só isso, também é difícil para receber visitas. É deselegante e desagradável”, diz o designer e morador do bairro Luiz Carlos Júnior Araújo.
Em nota, a Coca-Cola Femsa Brasil afirmou que “está fazendo possíveis adequações para diminuir esse odor” e “vem adotando melhorias na estação de tratamento de efluentes de sua fábrica de Marília, por meio de procedimentos químicos e remoção frequente dos resíduos gerados”, com intuito de “reduzir a emissão de odores provenientes desta área”, diz o comunicado.
Por fim, a empresa reforça “sua abertura para o diálogo e seu compromisso com o bem-estar da comunidade da qual faz parte”, encerra a nota.
Empresa já foi multada três vezes pela emissão de substâncias odoríferas em Marília
Reprodução/Google Street View
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