‘Eu preciso encontrar ela, independente de como ela esteja’, suplica mãe de adolescente grávida que desapareceu no Paraná


Isis Victoria Mizerski sumiu em 6 de junho, após se encontrar com homem apontado como pai do bebê. Mãe disse que estranhou comportamento da jovem no dia do desaparecimento. Mãe mantém esperança de encontrar filha que desapareceu no Paraná
Há 47 dias Flávia Mizerski, mãe da adolescente grávida que desapareceu no Paraná, vive em meio à angústia por não saber o paradeiro da jovem e à esperança de que a filha voltará para casa. Veja o relato acima.
“Eu tô vivendo no automático, eu tô vivendo parece que qualquer hora eu vou explodir. Só que essa explosão eu sei que pode ser de alegria como de tristeza, né?”, contou em entrevista nesta terça-feira (23) à RPC em Tibagi, cidade dos Campos Gerais onde Isis Victoria Mizerski, de 17 anos, sumiu.
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Isis não foi mais vista pela família desde 6 de junho, quando saiu para encontrar Marcos Vagner de Souza, apontado como pai do bebê e que está preso suspeito de envolvimento com o desaparecimento.
A mãe relembrou que chegou a estranhar o comportamento de Isis no dia em que a menina desapareceu. Segundo Flávia, a jovem falou diversas vezes que a amava e disse, por mensagem, que precisava contar uma coisa para a mãe.
“Ela mandou para mim: ‘Eu quero contar uma coisa, quero falar mãe, tem uma coisa para falar’. Daí eu falei para ela falar, mas ela não teve coragem mesmo assim. E eu ainda falei, ela falou… ‘Ah mãe, não, é que eu te amo!’. Eu falei ah Isis, não era isso que você ia falar. […] Eu acredito que era sobre a gravidez”.
Flávia Mizerski, mãe de adolescente grávida que desapareceu no Paraná
RPC Ponta Grossa
Até às 18h06 de 6 de junho a jovem estava conversando com a mãe sobre outros pelo celular e, às 18h15, mandou a própria localização para a mãe em tempo real. A mulher viu que a menina estava em uma região afastada do centro da cidade, na margem da PR-340, e ficou preocupada após a mensagem ter sido apagada.
A mãe chegou a ir para o culto, mas diz que ficou o tempo todo pensando na localização enviada pela jovem. No entanto, achou que chegaria em casa e encontraria Isis dormindo como de costume.
“Eu entrei aqui que eu olhei para o quarto dela a porta do quarto aberta, porque geralmente ela fecha pra ela ficar lá no quarto, né? [..] Já tava assustada, aí, eu já fui pegar o celular e nada de chegar. Liguei, liguei não tinha chegado daí começou o desespero”, afirma.
Após receber a localização, a mãe enviou novas mensagens e ligou para a filha, mas não obteve mais nenhuma resposta.
A mãe só soube da gravidez na filha naquele momento, quando uma irmã e uma prima de Isis contaram. Logo depois a família foi até a polícia dar queixa do desaparecimento. Veja trecho da entrevista abaixo:
“Mas a gente precisa encontrar, independente de como esteja… não é justo, não é justo eu passar por isso, não é justo eu amanhecer chorando, não é justo eu ter que me privar da minha dor na frente das minhas filhas para que elas não fiquem vendo o meu sofrimento e não sofram também, não é justo eu não consegui trabalhar, porque é difícil, né?”, desabafa a mãe.
Mãe relembra dia em que filha desapareceu no Paraná
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Imagens de câmeras de segurança do dia do desaparecimento mostram o carro de Marcos, principal suspeito, circulando na região de onde Isis enviou a própria localização à mãe antes de sumir.
As imagens estão no inquérito policial e mostram o carro do suspeito trafegando em direção à PR-340, que liga Tibagi a Telêmaco Borba, por volta das 18h. Uma hora depois, as mesmas câmeras mostram o homem voltando em direção à Tibagi.
Dois dias antes, ele foi a uma farmácia onde, segundo uma testemunha, pediu um remédio abortivo. Marcos está preso temporariamente desde o dia 17 de junho. A defesa nega que ele tenha envolvimento em qualquer crime.
Marcos Vagner de Souza, em depoimento à polícia
Reprodução
A RPC teve acesso ao inquérito que apura o caso. Em depoimento à polícia, Marcos disse que estava com Isis por volta das 18h, que a deixou na margem da PR-340, em um perímetro urbano da Vila São João, e voltou sozinho para casa.
“Ela ficou conversando comigo e desceu. Daí eu segui pra frente, fiz o contorno da rotatória, parei arrumar a gasolina, que eu comentei com o senhor, que estava só escapando a gasolina do meu carro. Ergui o capô, arrumei lá com alicate, que só abre com alicate, fechei o capô e desci, quando desci já não vi mais ela. Daí eu fui direto pra minha casa nesse horário. Por isso que eu falo, cheguei na minha casa era 19h27”, disse Marcos.
A Polícia Civil segue investigando o caso. O Corpo de Bombeiros mantém as buscas terrestres e aquáticas na região de Tibagi e Telêmaco Borba.
A Secretaria de Segurança Pública do Paraná afirma estar empenhada em usar todos os recursos para solucionar o caso e que, pela sensibilidade das investigações, manterá detalhes em sigilo.
A mãe de Isis mantém a fé de que terá respostas:
“Eu não perdi a minha fé. Eu sei dos fatos reais, eu sei do que eu espero, né? […] Eu tenho que prosseguir, só que para isso eu preciso encontrar ela, independente de como ela esteja eu preciso encontrar, né?”
Isis e a mãe Flávia: adolescente desapareceu no dia 6 de junho de 2024
Acervo pessoal
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