Bauru volta a registrar caso de coqueluche pós-pandemia; especialista reforça importância da vacinação


Depois de 4 anos, a Prefeitura da cidade confirmou o primeiro caso da doença nesta terça-feira (23). O perfil da vítima, bem como os detalhes do quadro do paciente não foram divulgados. Segundo os especialistas, os casos quase sempre estão relacionados à falta de vacinação. Bauru volta a registrar caso de coqueluche pós-pandemia
Em 2020, 2021, 2022 e 2023, Bauru (SP) não registrou casos de coqueluche. O número, porém, pode ser explicado pela pandemia de Covid-19, que restringiu o acesso ao sistema de saúde e fez com que muitas doenças fossem subnotificadas.
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Depois de 4 anos, a prefeitura confirmou o primeiro caso da doença nesta terça-feira (23). O perfil da vítima, bem como os detalhes do quadro do paciente não foram divulgados.
De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, o último ano com maior volume de notificações da doença foi 2014, quando houve 34 casos e três óbitos.
A coqueluche é uma doença infecciosa aguda de transmissão respiratória e imunoprevinível, causada pela bactéria Bordetella pertussis. Tosse seca, falta de ar, febre e cansaço são alguns dos sintomas.
O contaminado pode infectar outras pessoas através de gotículas da tosse, espirros ou mesmo ao falar. Segundo o Ministério da Saúde, em alguns casos, a transmissão pode ocorrer por objetos recentemente contaminados com secreções de pessoas doentes, mas isso é pouco frequente. Crianças e bebês menores de um ano de idade são as principais vítimas da doença.
“O principal foco são as crianças menores de dois anos, com ênfase nas menores de dois meses. Elas são alvos, geralmente, por não estarem com a cobertura vacinal completa. O segundo motivo é que, às vezes, muitos iniciam o calendário vacinal e não completam. Para termos uma totalização de anticorpos, é preciso de todas as doses da vacina em dia”, explica a infectologista Geovana Nogueira.
Principal prevenção contra a coqueluche é a imunização
Odair Leal/Sesacre
No primeiro semestre de 2024, diversos países registraram um aumento de casos da doença, que é infecciosa e altamente transmissível, mas que pode ser controlada com vacinação.
Segundo o Centro Europeu de Controle e Prevenção das Doenças (ECDC, na sigla em inglês), somente nos três primeiros meses de 2024, foram registrados na União Europeia mais de 32 mil casos de coqueluche em pelo menos 17 países, frente aos pouco mais de 25 mil registros do ano passado inteiro.
No Brasil, o Ministério da Saúde registrou neste ano, até 6 de junho, 115 casos da doença. Em 2023, foram 217 na somatória de todo o ano.
“É uma doença infecciosa, transmissível, mas lembrando, tem tratamento e também tem prevenção”, reforça a infectologista.
Disponível na rede pública
A melhor forma de prevenção é a vacinação, disponível no Sistema Único de Saúde (SUS) para crianças até 6 anos, gestantes e profissionais da saúde.
A vacina pentavalente é indicada no primeiro ano de vida do bebê, em um esquema de três doses (aos dois, quatro e seis meses de idade) em um intervalo recomendado de 60 dias entre as doses. Em seguida, é preciso administrar doses de reforço aos 15 meses e aos 4 anos.
A penta previne contra cinco doenças: difteria, tétano, coqueluche, hepatite B e influenza B.
Em Bauru, neste ano, 84% do público-alvo recebeu a vacina pentavalente (contra difteria, tétano, coqueluche, meningite por Haemophilus influenzae tipo b e hepatite B), 84,10% tomou dose da DTP (difteria, tétano e coqueluche) e 74,62% da dTpa (tríplice acelular).
Bebês devem ser imunizados com doses da vacina pentavalente aos 2, 4 e 6 meses de vida, seguidas de reforços com a DTP aos 15 meses e aos 4 anos.
“As gestantes, no terceiro trimestre de gestação, devem tomar a dTpa, que confere proteção aos bebês menores, quando nascem, para que não sejam infectados, inclusive, durante a amamentação”, explica Geovana.
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