10 anos g1 Inter TV RJ: Grávida soterrada durante tragédia em Petrópolis desabafa após dar à luz primeiro filho


Felipe Miguel, nasceu no dia 29 de agosto com três quilos e 450 gramas em um hospital particular da cidade. Nesta quinta-feira (15), dia que tragédia completa sete meses, g1 conta história de superação de Maria Alvin, de 21 anos, após período de luta: ‘você é tudo na minha vida. Você é meu milagrinho’. Em Petrópolis, na Região Serrana, a maior tragédia climática da história do município – que deixou 235 mortos e ainda há dois desaparecidos – é o conteúdo mais lido de 2022. O link mais acessado é um dos primeiros das inúmeras reportagens feitas em parceria com uma força-tarefa montada para cobrir a tragédia.
Para levar a informação, o g1 Região Serrana contou com o apoio de jornalistas da Inter TV, além de equipes do g1 Rio de Janeiro, g1 São Paulo e jornalistas da TV Globo.
O dia 15 de fevereiro ficará marcado para sempre na vida de milhares de pessoas que perderam suas casas e seus parentes após a enxurrada. Neste 15 de setembro, sete meses após a tragédia e em celebração aos 10 anos do g1 Inter TV, contamos a história de Maria Alvim, de 21 anos. Ela estava grávida quando ficou soterrada durante a tragédia e o Felipe Miguel nasceu no dia 29 de agosto.
Medo de não segurar o filho
Casa em Maria estava foi atingida por um deslizamento na localidade do Caxambu
Maria Alvim/Arquivo pessoal
Maria estava grávida de três meses quando a casa em que estava foi atingida por um deslizamento na localidade do Caxambu. Ela foi arrastada pela terra, ficou soterrada e foi salva pela vizinha depois de quase uma hora. Nesse meio tempo, o marido, Felipe Carneiro Alvim, tentava chegar em casa e socorrer a esposa.
“Eu vi caindo tudo. Eu senti caindo tudo, me senti sendo arrastada. Meu corpo ficou preso na lama e eu gritei. A vizinha, Dona Dalva, conseguiu me ouvir. Eu fui tirando o corpo da lama com a ajuda dela. Vi os ferimentos e nisso fiquei muito preocupada porque um dos meus braços estava muito quebrado e eu achei que ia ter que amputar e por isso me preocupei com o bebê. Eu não sabia como ia cuidar do bebê se eu tivesse que amputar um braço”, relembra Maria.
Após sair da lama, a jovem foi levada para um hospital particular da cidade, o Hospital SMH – Beneficência Portuguesa de Petrópolis, que durante a tragédia funcionou de “portas abertas” para atendimento dos afetados pela chuva.
Daquele dia em diante, foram nove cirurgias para se recuperar dos ferimentos causados durante o episódio da chuva.
Maria precisou passar por nove cirurgias após ficar soterrada
Maria Alvim/Arquivo pessoal
“Eu escutei de alguns hospitais que eu poderia perder o movimento da mão pra sempre. E aí, fiquei desesperada por conta do bebê. A primeira coisa que eu fiz depois da cirurgia do braço foi mexer a mão. E eu mexi e fiquei super feliz”, disse a jovem.
Além da preocupação da família e equipe médica com a saúde da Maria, o cuidado era ainda maior com o bebê.
‘Você é meu milagrinho’
Felipe Miguel nasceu quase sete meses após a tragédia de Petrópolis
Hospital SMH/Divulgação
Quase sete meses após a tragédia, no dia 29 de agosto de 2022, Maria deu à luz o pequeno Felipe Miguel com 3 quilos e 450 gramas. O parto foi realizado pelo hospital e parte da equipe que participou do tratamento da Maria acompanhou o momento especial.
O pai do pequeno e marido de Maria, Felipe disse ao g1 que o nascimento de Felipe Miguel trouxe muita esperança e amor para eles. Ele já é pai de uma menina, Ana Clara, de 11 anos.
“O nosso príncipe chegou com muita saúde, graças a Deus. Trouxe muita alegria, esperança e muito amor. Está sendo muito amado. A equipe do hospital foi muito atenciosa e deu tudo certo. Deus é muito maravilho e sou muito grato pelo milagre que foi a vida deles”, disse o pai.
Segundo os pais, Felipe Miguel é calmo e não reflete nem um pouco os momentos de tensão que a família viveu pouco antes dele nascer.
“Foi o dia mais feliz da minha vida. Eu sempre orei bastante porque ele é tudo pra mim. Eu falo com ele todos os dias: ‘Você é tudo na minha vida. Você é meu milagrinho’.
Maria diz que não imaginava que estaria com o filho, porque eu estava grávida de três meses e ele ter sobrevivido realmente foi um milagre. “Então quando eu peguei ele nos braços foi a melhor sensação da minha vida”, afirma.
Maria diz que Felipe Miguel é seu ‘milagrinho’
Maria Alvim/Arquivo pessoal
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