Paranaense aposentado passa anos juntando material reciclável e realiza sonho de construir réplica da nave que levou homem à Lua

Modelo da nave utilizada na missão espacial Apolo 11 tem 16 metros de altura e fica em distrito de Paiçandu. Réplica é feita de itens como forma de pudim, caixa d’água e tanque de combustível. Criador da réplica da Apolo 11 conta como projeto saiu do papel.
A chegada do homem à Lua completa 55 anos neste sábado (20). Da Terra, uma infinidade de pessoas acompanhou o momento em que Neil Armstrong pisou em um lugar nunca antes visitado por um ser humano.
Um dos curiosos era o maringaense Jonas Lourenço Silva, que tinha 11 anos naquele 20 de julho de 1969. Pelo rádio, ele acompanhou o feito histórico junto do pai – outro interessado nos mistérios espaciais. Mesmo criança, Jonas decidiu que queria ter a nave bem pertinho dele e realizou o sonho anos depois.
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Armstrong integrava, junto com os astronautas Edwin “Buzz” Aldrin e Michael Collins, a missão Apolo 11, que levou o homem a pisar pela primeira vez na Lua.
O sonho virou realidade 50 anos depois. Aposentado do serviço público, ele construiu uma réplica de 16 metros de altura da nave espacial usada na Apolo 11. A obra fica na propriedade rural do distrito de Água Boa, que pertence à cidade de Paiçandu, no norte do Paraná.
“Eu fazia rascunhos da nave e coloquei na cabeça que um dia iria edificar uma réplica parecida. Nunca deixei de estudar, de verificar como ela era, e aí fui atrás”, conta.
Nave tem 16 metros de altura e fica em propriedade rural de Paiçandu (PR)
Reprodução/Arquivo pessoal
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‘Lixo’ espacial
Jonas afirma que 95% da Apolo 11 que ergueu é de material reciclável.
“As turbinas são formadas de cestas de máquina de lavar, tem caixa d’água de 30 mil litros e até uma forma de pudim na lâmpada de sinalização aérea”.
O aposentado precisou de muita insistência para procurar os itens e paciência para adaptá-los às proporções da nave.
A réplica da Apolo 11 foi construída pelo aposentado Jonas Lourenço Silva
Reprodução/Arquivo pessoal
“Eu visitava ferros-velhos e comecei a adquirir os produtos. De repente eu chegava em uma oficina mecânica e conhecia o que era um tanque de combustível de caminhão, que inclusive acabei ganhando. E tudo tinha que ser adaptado. Primeiro eu construí as portas, fazer as adequações para complementar peça sobre peça. Fiz praticamente tudo sozinho”, conta.
A inauguração
A construção da réplica durou quatro meses. Mas o processo de pesquisa e busca dos materiais foi bem mais longo: durou 15 anos.
O protótipo foi inaugurado oficialmente no dia 20 de julho de 2019, quando a chegada do homem à Lua completou 50 anos.
Jonas quis ser tão fiel à realidade vivida pelos astronautas da Apolo 11 que improvisou uma maneira de os visitantes também “viajarem” para o espaço.
“Tem um painel na cabine que passa imagens da época, homem pisando na Lua. É um sistema 3D que permite a pessoa viajar sem sair da Terra”, brinca.
O sucesso da invenção
Cinco anos após ser inaugurada, a réplica da nave espacial virou atração nacional e uma semente para que as próximas gerações se interessem pela ciência.
“Recebo excursões de muitos estudantes de escolas estaduais e municipais da região. Eles chegam aqui, olham o tamanho da nave, tiram fotos. E isso é muito legal, aguça a curiosidade. É um projeto que realizei junto com a minha família e que decidi compartilhar”, completa.
Quem quiser visitar a réplica nave espacial no distrito de Água Boa, em Paiçandu, precisa combinar o dia e horário com o Jonas Lourenço Silva. O contato pode ser feito pelo telefone (44) 99972-5996.
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