Médico usa molde 3D de crânio de paciente com câncer raro para simular operação e aumentar precisão da cirurgia, no Paraná


Tecnologia permitiu que equipe médica analisasse caso de maneira mais detalhada, diminuindo chance da paciente ter retirada de tecidos e ossos não doentes, por exemplo. Médico explica como molde 3D auxiliou preparação de cirurgia de paciente com câncer raro
Para operar um câncer raro de boca, a paciente Lenira Aparecida Brugge contou com o suporte da tecnologia para aumentar a precisão da cirurgia, realizada pelo Sistema Único de Saúde (SUS) no Hospital São Vicente de Paulo, em Guarapuava.
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O cirurgião responsável pela operação, Lucas Correa Brandão, solicitou a criação de um molde em três dimensões do crânio da paciente para conseguir simular a cirurgia antes de efetivamente remover o tumor, de cerca de quatro centímetros. O objetivo foi diminuir o risco de retirada desnecessária de tecidos e ossos não doentes.
“Antigamente a gente usava só tomografia e muito da imaginação do cirurgião [para cirurgia]. Quando você faz essa programação antes, você desenha a malha antes disso, você ganha para a cirurgia uma hora e meia. Você faz uma reconstrução mais adequada.”
De acordo com o cirurgião, o molde utilizado foi criado em uma impressora 3D com o apoio do Parque Tecnológico de Guarapuava.
“A gente conseguiu, além de uma imagem com alta resolução, criar uma imagem que simulasse a textura do osso. Até quando você pega nessa peça você sente ele meio poroso, como é a textura do osso humano. A gente conseguiu precisar isso para ter o máximo possível de precisão na hora de planejar a cirurgia”, explicou Jhonnathan Ferreira, especialista em impressão 3D.
Molde para preparação da cirurgia foi feito em impressora 3D
Eduardo Andrade/RPC
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A cirurgia
Hospital usa molde 3D para cirurgia no crânio de paciente no Paraná
De acordo com o Hospital São Vicente, a cirurgia de Lenira foi feita na quinta-feira (11), durou cerca de duas horas e meia e foi um sucesso. Ela precisou passar pela cirurgia porque a quimioterapia, indicada para o caso dela, não surtiu os efeitos esperados.
Antes de entrar na cirurgia, Lenira disse que estava confiante.
“Eu fiz quimioterapia, perdi o cabelo e tudo, mas faz parte. Cabelo é cabelo, cai e depois ele volta. Estou muito confiante que vai dar tudo certo.”
Com a cirurgia concluída, a equipe médica aguardará uma semana para analisar quanto de osso a paciente ainda terá na região afetada. Depois, Lenira colocará uma prótese para a reabilitação pós-cirúrgica.
“Agora é aguardar todo o desenrolar da história dela, que se Deus permitir, vai dar tudo certo. A primeira parte, que era uma parte crítica, já foi e foi tudo bem”, comemorou o cirurgião Brandão.
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