
Eles foram indiciados por homicídio culposo – quando não há a intenção de matar. Vítima era Denise de Oliveira, 45 anos. Detalhe da janela que quebrou antes de mulher cair de 2º andar de academia em Caxias do Sul
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A Polícia Civil concluiu nesta sexta-feira (13) o inquérito que apurou as responsabilidades sobre a morte de uma aluna que caiu pela janela do segundo andar de uma academia, em Caxias do Sul, na Serra do RS. O delegado Edinei Albarello, responsável pela investigação, indiciou cinco pessoas por homicídio culposo – quando não há a intenção de matar.
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Os indiciados são o proprietário da academia, o arquiteto responsável pela construção do edifício e três agentes públicos do município na época. Os nomes deles não foram divulgados.
A advogada que representa a academia, Daniela Silva, afirmou que ainda não teve acesso à conclusão do inquérito policial. O g1 e a RBS TV tentam localizar as defesas dos demais indiciados.
A vítima foi identificada como Denise de Oliveira, de 45 anos. Ela estava próxima de um aparelho chamado graviton, em que a pessoa utiliza o peso do próprio corpo para realizar movimentos, quando se desequilibrou e bateu no vidro.
Segundo Albarello, a perícia constatou que ocorreu instalação de vidro inadequado, com espessura de 4 mm e que não oferecia resistência. Também foi identificado que o aparelho de exercícios estava disposto a 70 cm de distância da parede de vidro.
“A morte da vítima ocorreu pela junção de dois fatores. A proximidade demasiada do aparelho de musculação em relação à parede de vidro, razão pela qual, quando a vítima caiu do equipamento, foi projetada diretamente contra o vidro. E a instalação de vidro inadequado, quando da construção do edifício, em desrespeito às normativas legais”, conclui Albarello.
De acordo com o delegado, a perícia não esclarece se o que causou a queda foi um mal súbito ou desequilíbrio. “Tais circunstâncias não seriam passíveis de observação, pois não deixam vestígios”, explica.
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O resultado de exame de sangue coletado da vítima está pendente. O material analisado vai verificar se houve possível uso de alguma medicação.
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Quem era Denise
Natural de Caxias do Sul, Denise tinha 45 anos, era solteira e trabalhava como tecelã em uma fábrica de tecidos. Ela ajudou a criar, junto da mãe, já falecida, o sobrinho Guilherme Oliveira, hoje com 25 anos.
“Era a pessoa mais especial do mundo pra mim. Eu morei com ela desde os seis meses, a minha vida inteira eu passei com ela, tudo que eu sei foi ela quem me ensinou, tudo que eu sou hoje é graças a ela e minha mãe (…) O que a família tá sentindo agora é fora do normal”, conta Guilherme.
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