Miss morta em Curitiba sonhava em ser modelo e cantora: ‘Infelizmente foi interrompido’, diz tia


Jovem foi morta pelo humorista Marcelo Alves. Ele procurou uma delegacia, confessou o crime e onde havia escondido o corpo. Suspeito foi preso e defesa diz ele que colabora com as investigações. Miss da Bahia desaparece em Curitiba, e amigo confessa à polícia ter matado ela
Maria Silvania Ferreira da Silva, tia da miss Raissa Suellen Ferreira da Silva, contou à RPC, afiliada da TV Globo no Paraná, que a sobrinha tinha o sonho de ser modelo e cantora. A jovem foi morta e enterrada pelo humorista Marcelo Alves, em Curitiba. Relembre o caso abaixo.
“Ela tinha um violão que a madrinha dela deu de presente. Ela sentou na minha cama e disse: ‘Eu vou cantar aqui pra senhora e eu sei que um dia eu vou cantar pro mundo’. Era o sonho dela, ser cantora ou ser modelo, mas infelizmente foi interrompido, né?”, relatou a tia.
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O crime aconteceu no dia 2 de junho. O suspeito procurou a delegacia na manhã de segunda-feira (9) e confessou ter matado e escondido o corpo da jovem, de 23 anos. Ele foi preso.
A vítima é natural de Paulo Afonso, na Bahia, e morava há três anos na capital paranaense. Familiares de Raissa chegaram em Curitiba na noite de segunda-feira (10).
A irmã de jovem, Natália Raiane Ferreira da Silva, contou que imprimiu panfletos com o rosto de Raissa para procurar por ela quando chegasse na capital do Paraná.
“Tinha aquela esperança que ela poderia estar sendo mantida em presa em algum lugar, tinha a esperança de encontrar ela. Já tinha imprimido vários panfletos pra colar no aeroporto, em vários lugares e tentar achar ela. Mas achei ela da forma bem cruel. Não esperava ser dessa forma”, contou.
Ao g1, o advogado da família da vítima, Jackson William Bahls Rodrigues, disse que deseja que a apuração seja feita com a maior agilidade possível para que Marcelo seja julgado e responda pelo crime.
Após a confissão à polícia, o homem levou uma equipe policial até uma região de mata no município de Araucária, na Região Metropolitana de Curitiba. No local, a corporação fez escavações e encontrou o corpo da vítima enrolado em uma lona.
Raissa Suelen
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Desaparecimento
O desaparecimento de Raissa foi registrado no dia 2 de junho, em Curitiba. Desde então, os familiares procuravam por ela.
Marcelo, também conhecido como Alves Li Pernambucano, era amigo da vítima e da família dela, que é da Bahia. Durante as buscas, o homem chegou a oferecer a própria casa na capital paranaense para que os familiares de Raissa ficassem enquanto procuravam pela jovem.
Natural da cidade de Paulo Afonso, na Bahia, Raissa vivia há três anos na capital paranaense e, segundo familiares, se preparava para deixar Curitiba com destino a Sorocaba (SP) para trabalhar. Ela conquistou o título de Miss Serra Branca Teen em 2020.
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‘Ficou mentindo’
Segundo a polícia, Marcelo conheceu Raissa quando ela tinha 10 anos, em um projeto social na cidade de Paulo Afonso, no interior da Bahia. Há cerca de três anos, ele a ajudou a se mudar para Curitiba.
Segundo Herbert Guilherme, primo de Raissa, durante os oito dias de busca pela jovem, o homem manteve contato com os familiares.
Conforme Guilherme, a vítima via Marcelo como uma figura paterna.
Suspeito matou jovem após se declarar para ela
Humorista Marcelo Alves confessou ter matado a vítima e escondido o corpo.
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Segundo a delegada, Marcelo Alves disse que, na segunda-feira (2), dia do crime, buscou Raissa afirmando que iria ajudá-la a conseguir um emprego em Sorocaba, São Paulo. A proposta, porém, era mentira.
Os dois almoçaram juntos na ocasião e, em seguida, foram até a casa dele. Lá, ele disse ter contado que estava apaixonado por ela, mas não foi correspondido e afirmou ter sido xingado por Raissa.
O suspeito relatou que matou Raissa estrangulada, usando uma abraçadeira plástica.
“Ele disse que ficou com ódio e descontrolado, que pegou o fio de plástico e estrangulou a vítima, deixando ela num cômodo da casa e indo para outro. Dez minutos depois, ele retorna e a Raissa já está em óbito”, falou a delegada.
A delegada afirmou que, conforme o suspeito, ele enrolou o corpo de Raissa em uma lona, amarrou com fita adesiva e, depois, chamou o filho, que ficou desesperado e tentou convencê-lo a se entregar às autoridades.
Mesmo assim, ainda de acordo com a delegada, ele disse que colocou o corpo da jovem no porta-malas de um carro emprestado de um amigo e, com auxílio do filho, dirigiu até uma área de mata no município de Araucária, onde enterrou a vítima.
Investigações continuam
O homem foi preso em flagrante por homicídio qualificado e ocultação de cadáver. A polícia afirmou que vai solicitar a conversão da prisão em flagrante para prisão preventiva.
O carro usado por Marcelo foi periciado e liberado. O corpo da jovem também foi periciado e deve ser liberado nesta terça (10).
Marcelo Alves está preso na Cadeia Pública de Curitiba, deve passar por audiência de custódia e ficar preso.
O filho dele foi preso por ocultação de cadáver, pagou fiança e foi liberado.
Segundo a delegada, as investigações continuam a fim de verificar se as lesões presentes no corpo da jovem são compatíveis com a história contada por Marcelo. Além disso, a polícia apura se houve violência sexual e qual a participação efetiva do filho no crime.
O que diz a defesa do suspeito
O advogado Caio Percival, que representa o suspeito, afirma que não houve premeditação do crime e que Marcelo matou Raissa por “violenta emoção”. Diz ainda que o suspeito lamenta o caso e que colabora com a Justiça.
“Marcelo é réu primário, tem bons antecedentes, nunca pisou numa delegacia de polícia e infelizmente foi arrastado pelas barras da paixão a essa situação que foge, evidentemente, do normal. Nós temos uma causa de diminuição de pena que é a própria confissão e uma segunda causa de diminuição de pena que é o domínio de violenta emoção logo após injusta provocação da vítima, já que, em dado momento, houve uma discussão entre eles”, afirma.
Marcelo Alves confessou ter matado Raissa Suellen Ferreira da Silva e escondido o corpo da jovem.
Reprodução
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