Canvas de Políticas Públicas: Estudantes indígenas da UFRR desenvolvem soluções para destinação de resíduos


Ação, que faz parte do projeto Amazônica que Eu Quero da Rede Amazônica, foi realizada nesta quarta-feira (21) no Instituto Insikiran, na Universidade Federal de Roraima. Objetivo é encontrar soluções para os problemas enfrentados no Norte do Brasil. Estudantes da Universidade Federal de Roraima apresentam soluções para a gestão de resíduos.
Yara Ramalho/g1 RR
Estudantes indígenas do curso de Direito Sanitário do Instituto Insikiran, da Universidade Federal de Roraima (UFRR), criaram diversas soluções para o tratamento e a destinação adequada de resíduos no estado, nesta quarta-feira (21), durante o ‘Canvas de Políticas Públicas’, que integra o projeto Amazônica que Eu Quero da Rede Amazônica.
A iniciativa busca soluções para os problemas enfrentados no Norte do Brasil. Neste ano, ela discute a gestão de resíduos.
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A ação começou por volta das 14h30 no prédio do Insikiran, no campus Paricarana, na capital Boa Vista, e reuniu diversos estudantes. Essa é a primeira vez que ela é desenvolvida com uma turma indígena.
Jornalista coordenadora do projeto, Débora Holanda, explicou o conceito de gestão de resíduos, apresentou a metodologia e o funcionamento da proposta, com o apoio da professora da UFRR Priscila Vasconcelos.
Débora explicou que o objetivo do Canvas é se aproximar dos estudantes universitários, que contribuem com as vivências e o conhecimento acadêmico.
“Uma das bases do projeto é a questão do engajamento, do protagonismo amazônico. Hoje a gente está muito feliz em poder realizar o primeiro Canvas de Políticas Públicas com uma turma indígena. Então é uma novidade, uma alegria muito grande, porque com toda certeza vai ser uma contribuição muito grande e soluções valiosas de um recorte mais específico e profundo”, disse.
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Divididos em grupos, os estudantes participaram de uma atividade prática para desenvolver sugestões para os desafios enfrentados em Roraima, como a falta de saneamento básico dentro de comunidades indígenas.
O problema foi apresentada pelos estudantes Zineie Pereira e William Oliveira, ambos de 27 anos. Para o jovem, que é do povo Macuxi, o problema deve ser visto com mais seriedade pelos representantes políticos.
“Acho que [a partir da identificação] uma das formas é a comunicação imediata do problema, procurar os órgãos maiores e que podem colocar essas soluções em prática. A falta de saneamento é em todas as comunidades e não em uma só, é um problema que atinge todo o estado”, disse William.
Tatialene Carlos, de 25 anos, estudante do Instituto Insikiran.
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Já para a estudante Tatialene James Carlos, de 25 anos, um dos maiores problemas do estado é a poluição dos rios. Moradora de Boa Vista, ela enxerga a contaminação das águas da capital como um impedimento para o turismo local. Uma das soluções, para ela, são as campanhas educacionais.
“Uma sugestão seria aplicar mais propagandas, incentivar a população mais jovem sobre a preservação das águas e desenvolver vários outras formas de comunicação. A gente vê tudo isso como uma solução. A gente sabe que muitas pessoas não se importam com a preservação, mas se nós estamos o tempo todo em contato com a informação é mais fácil de entender o problema, é uma forma de acabar resolvendo isso tudo”, afirmou a jovem.
Priscila Vasconcelos, professora da Universidade Federal de Roraima.
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De acordo com a professora Priscila Vasconcelos, a iniciativa permite que os estudantes apresentem os desafios enfrentados dentro das comunidades onde vivem, provoquem críticas e apliquem os conhecimentos no cotidiano.
“A gente está preparando futuros gestores para que eles voltem para as suas comunidades e consigam aplicar [esses conhecimentos]. Nós estamos falando sobre resíduos, o que está diretamente relacionado à saúde”, afirmou Priscila.
As melhores propostas elaboradas pelos alunos vão compor o Caderno de Soluções do projeto, que será entregue a autoridades e instituições públicas. A ideia é incentivar a criação de políticas públicas viáveis e de fácil execução, em parceria com os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário.
Estudantes indígenas desenvolvem soluções durante o projeto Amazônica que Eu Quero da Rede Amazônica.
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Sobre o Amazônia Que Eu Quero
Concebido em 2018, o programa Amazônia Que eu Quero é uma iniciativa da Fundação Rede Amazônica e Grupo Rede Amazônica que tem por objetivo promover a educação política por meio da interação entre os principais agentes e setores da sociedade, além do levantamento de informações junto aos gestores públicos e da participação ativa da população, por meio de câmaras temáticas estabelecidas pelo programa, como foi o caso da edição de 2023 que discutiu três eixos centrais Educação, Turismo e Conectividade no contexto Amazônico.
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