
Governador do Rio Grande do Sul oficializou nesta semana a saída do PSDB, partido de Aécio Neves. Leite foi para o PSD, legenda liderada por Gilberto Kassab e que conquistou o maior número de prefeituras nas eleições de 2024. Após 24 anos no PSDB, Eduardo Leite se filia ao PSD
O deputado federal Aécio Neves (PSDB-MG) criticou nesta quinta-feira (9) a filiação do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, ao PSD, partido que, segundo ele, não tem dificuldades em apoiar e participar simultaneamente de governos bolsonaristas e petistas.
Para Aécio, essa postura contrasta com a identidade do PSDB, que construiu sua trajetória defendendo posições com coerência e sem medo de desafios.
Em nota, Aécio afirmou que sempre considerou Eduardo Leite um quadro político qualificado, mas destacou que a decisão não parece ter sido motivada por questões ideológicas. Segundo o parlamentar, o movimento reflete a busca por melhores condições estruturais para disputas locais.
“A vida é feita de escolhas e Eduardo fez a sua, que respeito, apesar de discordar, pois ocorre exatamente no momento em que o PSDB se fortalece com a provável fusão com o Podemos e com uma possível federação com outros partidos de centro para voltar a liderar um projeto nacional longe dos extremos que têm monopolizado a política nacional”, afirmou Aécio.
O deputado mineiro fez questão de ressaltar as diferenças entre o PSDB e o PSD. Aécio apontou que a nova legenda de Leite adota uma postura mais flexível em relação ao cenário político, participando tanto de governos bolsonaristas quanto petistas.
“O PSD, legenda cujos membros merecem todo o nosso respeito, tem uma outra concepção da política e não tem dificuldades, por exemplo, em apoiar e participar ao mesmo tempo de governos bolsonaristas e petistas. Essa é a nova realidade com a qual o governador do Rio Grande do Sul terá que conviver daqui para frente”, destacou.
Aécio também aproveitou para defender a postura do PSDB de não aceitar a proposta de incorporação ao PSD, como sugerido por Leite. Segundo ele, tal movimento poderia significar o fim da legenda tucana.
Eduardo Leite assina filiação ao PSD
Mauricio Tonetto/Divulgação
O PSD foi o partido que mais conquistou prefeituras nas eleições de 2024.
“O PSDB não concordou com a proposta apresentada pelo governador no sentido de que a nossa legenda fosse incorporada pelo PSD, pois, isso sim, levaria o PSDB à extinção”, explicou.
Para Aécio, o partido está se fortalecendo com a possível fusão com o Podemos e a federação com outras legendas de centro, consolidando uma identidade própria e longe dos extremos da política nacional.
Trajetória política de Leite
Aécio destacou que sempre esteve ao lado de Eduardo Leite nas disputas dentro do PSDB e disse conhecer bem o perfil político do governador. Para ele, a filiação ao PSD coloca Leite em um cenário no qual será desafiador adotar uma postura clara em meio à flexibilidade política do novo partido.
“Por conhecê-lo, sei que ele não é um político que consegue ser, ao mesmo tempo, de esquerda, de centro e de direita, como é o partido ao qual acaba de se filiar”, afirmou.
Apesar de lamentar a saída, Aécio desejou sucesso a Eduardo Leite em seu novo caminho, mas alertou sobre os riscos de optar por um caminho aparentemente mais fácil.
“Desejo sucesso ao governador Eduardo no seu novo caminho, mas lembro que, na política, nem sempre o caminho que nos parece mais fácil é aquele que nos leva mais longe”, finalizou o deputado.