Homem morre à espera de leito em Bauru; fila por vagas na cidade chega a 47 pacientes


Diego Rodrigues Aparecido Custodio, de 40 anos, morreu na última quarta-feira (10), na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do bairro Bela Vista, enquanto aguardava vaga para internação em hospital. Em menos de 1 semana, segunda pessoa morre à espera de leito em Bauru
Um homem de 40 anos morreu à espera de uma vaga hospitalar em Bauru (SP), na última quarta-feira (10). Diego Rodrigues Aparecido Custodio estava na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do bairro Bela Vista, enquanto aguardava vaga para ser internado no hospital. Em menos de uma semana, este é o segundo caso de óbito na fila de espera por um leito hospitalar no município.
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De acordo com a Prefeitura de Bauru, o paciente retornou à UPA, às 10h49 da última quarta-feira (10), relatando febre, sintomas gripais e apresentou quadro de esforço respiratório (com saturação de 85%), em seguida, foi encaminhado para a sala de emergência.
Após apresentar queda da pressão arterial, Diego foi intubado e a equipe médica solicitou uma vaga de internação hospitalar com status de prioridade, via Sistema Central de Regulação de Ofertas de Serviços de Saúde (Cross), mas o paciente não resistiu até a oferta do leito e morreu na tarde de quarta-feira.
A Prefeitura ainda informa que o homem esteve na Unidade de Pronto Atendimento nos dias 8 e 9 de julho, na ocasião, com dor de garganta.
Em nota, a Secretaria de Saúde de Bauru ressaltou que o paciente recebeu toda a assistência e cuidados necessários para a melhora e conforto de seu quadro clínico até a liberação da vaga hospitalar solicitada ao estado.
Ao g1, a Secretaria Estadual de Saúde (SES) lamentou o falecimento, informou que os casos serão investigados pela pasta e ressaltou que “a Cross é um serviço intermediário entre os serviços de origem e de referência” e que “seu papel não é criar leitos, mas auxiliar na identificação de uma vaga no hospital mais próximo, seja ele municipal, estadual ou filantrópico, e apto a cuidar do caso”.
Na cidade de Bauru a transferência é feita para um dos equipamentos de referência regional para o atendimento da população dos 68 municípios de abrangência do Departamento Regional de Saúde (DRS) de Bauru.
“A Central possui um sistema online que funciona 24 horas por dia e busca vaga disponível em serviços de saúde do SUS, preferencialmente na região de origem do paciente, com disponibilidade e capacidade para atender cada caso, priorizando os mais graves e urgentes”, diz a nota.
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Reprodução / TV TEM
Mortes na fila
Até junho deste ano, ao menos 71 pessoas morreram na fila de espera por um leito hospitalar neste ano em Bauru, informou o Departamento de Emergência e Unidades de Pronto Atendimento da cidade à equipe de reportagem da TV TEM, na segunda-feira (8). Quase 65% dessas mortes foram registradas somente no primeiro trimestre de 2024.
Segundo dados da prefeitura de Bauru, até às 9h desta quinta-feira (11), 47 pacientes aguardavam um leito dentro das Unidades de Pronto Atendimentos (UPAs) e do Pronto-Socorro Central.
Bauru possui quatro UPAs e um Pronto-Socorro Central, que funciona de portas fechadas. São nessas unidades que os moradores procuram atendimento inicialmente. Após a consulta com o médico, o paciente pode precisar de uma internação.
Neste caso, o paciente precisa aguardar na fila da Cross para ser transferido para um hospital da cidade. Atualmente, todos os hospitais de Bauru são vinculados ao estado de São Paulo.
Desde 2013, a Secretaria Municipal de Saúde é obrigada, por meio da Lei Municipal 6.384, a disponibilizar a relação de pacientes aguardando vagas para internações
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