Brasileira que morreu em queda de prédio no Vietnã tinha sonho de finalizar casa da mãe: ‘era querida por todos’


Roraimense Rosimeiry Samuel de Franco tinha de 30 anos e morava no Vietnã havia um mês. Namorado dela, naturalizado irlandês, foi detido pela polícia local. Família pede ajuda para trazer corpo ao Brasil. Rosimeiry Samuel Franco, de 30 anos, era de Boa Vista (RR)
Arquivo pessoal
A brasileira Rosimeiry Samuel Franco, de 30 anos, que morreu ao cair do 17º andar do prédio no Vietnã tinha sonho de conseguir dinheiro para finalizar a construção da casa da mãe que vive em Roraima. O irmão, Luiz Franco, disse que ela tinha até pagado pelo projeto do imóvel.
Rosy, como era chamada pelos amigos, morreu no último sábado (3), na cidade de Ho Chi Minh, no Sul no Vietnã, onde vivia há um mês com o namorado. O Itamaraty informou ao g1 que acompanha o caso. A família tenta trazer o corpo para o Brasil.
De acordo com o irmão, além de pagar o projeto para a fazer da casa da mãe, Rosimeiry também tinha enviado dinheiro para comprar parte do material de construção. Antes de se mudar para o país asiático, ela era vendedora de pacotes de intercâmbio em uma escola de idiomas na Irlanda.
A vontade dela era ajudar a mamãe, que mora no interior [de Roraima], dar uma vida melhor para ela e finalizar a casa que nós começamos. Inclusive, foi ela que pediu pra fazer um projeto e comprou os primeiros materiais”
Quem era a brasileira que morreu ao cair do 17º andar de prédio no Vietnã
Brasileira morre ao cair de prédio no Vietnã; família pede ajuda para trazer corpo ao Brasil
Ainda não há informações se ela caiu ou se foi jogada do edifício. O namorado dela, que é naturalizado irlandês, foi detido pela polícia local até a apuração do caso, segundo a família.
Rosimeiry era querida por todos que conviviam com ela, de acordo com o irmão. Ela gostava de compartilhar nas redes sociais a rotina de viagens pela Europa, além do dia a dia no trabalho na Irlanda. Também era fã de festas de músicas eletrônicas.
“Sempre foi uma menina muito divertida, fazia amizade com todo mundo. Onde ela ia sempre era bem recebida. Dá pra ver até pela mobilização que os amigos estão fazendo pra trazermos o corpo dela pra Boa Vista. Os amigos daqui e os da Europa”, disse o irmão.
Durante os 7 anos fora do Brasil, Rosy voltou para Roraima três vezes para visitar a família. A última foi em setembro de 2023, quando passou dois meses no estado. “Não vejo a hora de voltar”, publicou ela quando esteve no Brasil.
Morte de Rosimeiry no Vietnã
A roraimense morava na Irlanda há 7 anos e estava há um mês no Vietnã. Com a morte, a família pede ajuda para trazer o corpo ao Brasil. Segundo a imprensa local, a jovem foi encontrada nua e caída em uma rua do bairro Long Binh, em um dos distritos de Ho Chi Minh.
Brasileira Rosimeiry Samuel Franco tinha 30 anos e era natural de Boa Vista, capital de Roraima
Reprodução/Instagram
O irmão Luiz soube da morte da irmã ainda no sábado, no dia em que ela caiu do 17º andar do prédio. A morte dela é investigada pela polícia do país.
Segundo ele, foi o namorado dela quem avisou a família. “Quem nos comunicou foi o namorado dela”, relembrou.
Após a morte, a família entrou em contato com o Ministério das Relações Exteriores para tentar trazer o corpo da jovem para Roraima e ter mais informações sobre as circunstâncias da morte dela. Eles aguardam a liberação do corpo, que está no necrotério de um hospital de Ho Chi Minh.
Rosy e o namorado tinham se mudando da Irlanda para o Vietnã porque ele havia recebido uma proposta de emprego. A ideia era que Rosimeiry também trabalhasse no país.
“O que nós sabemos são notícias vagas. O namorado dela está detido na polícia local e estamos aguardando a finalização do inquérito para ter a autorização da funerária, que deve fazer o processo de translado”, explicou Luiz.
Natural de Boa Vista, capital de Roraima, Rosy era descendente de indígenas do povo Macuxi.
roraimense Rosimeiry Franco, que morreu no Vietnã
Arquivo pessoal
Campanha
Para agilizar o translado do corpo ao Brasil, a família promove uma campanha nas redes sociais para arrecadação de dinheiro. Para que o corpo chegue ao menos a São Paulo (SP), distante cerca de 4.626 km de Boa Vista, serão necessários R$ 80 mil.
“Já contatamos a Embaixada Brasileira no Vietnã e conseguimos organizar a documentação, os trâmites legais. Como as leis lá são rígidas, a polícia local não nos informa muita coisa. A nossa Embaixada está fazendo o possível para nos deixar ciente dos fatos, que não são muitos”, disse Luiz.
Roraimense Rosimeiry Samuel Franco, de 30 anos, havia se mudado para o Vietnã havia um mês, segundo a família
Reprodução/Instagram
Além disso, amigas de Rosimeiry que vivem na Europa organizaram uma outra campanha para custear os gastos internacionais.
Procurado pelo g1, o Itamaraty informou que acompanha o caso por meio da Embaixada do Brasil em Hanói, capital do Vietnã. Conforme o decreto 9.199/201, o “traslado dos restos mortais de brasileiros falecidos no exterior é decisão da família e não pode ser custeado com recursos públicos”.
“Informa-se que, em caso de falecimento de cidadão brasileiro no exterior, as Embaixadas e Consulados brasileiros podem prestar orientações gerais aos familiares, apoiar seus contatos com o governo local e cuidar da expedição de documentos, como o atestado consular de óbito, tão logo terminem os trâmites obrigatórios realizados pelas autoridades locais”, disse.
Roraimense Rosimeiry Franco gostava de compartilhar rotina de viagens pela Europa nas redes sociais
Arquivo pessoal
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