Melhores amigos: relação entre idosos e pets traz benefícios à saúde de ambos


Os pets estimulam a troca afetiva com os tutores, ajudam a diminuir o estresse, a depressão e a ansiedade, comuns na terceira idade. Uma lei sancionada em São José do Rio Preto permite que pessoas com transtornos psiquiátricos acessem locais públicos e privados na companhia dos animais. Pets ajudam na saúde mental dos idosos
nikitabuida/Freepik
O bom e velho ditado “o cão é o melhor amigo do homem” não é por acaso. Além de ser uma excelente companhia, eles também ajudam a manter a saúde mental dos tutores, principalmente os idosos. Depois de perderam parceiros e entes queridos, encontram nos animais uma das razões para viver.
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A rotina de atividades como passear com os cães, alimentá-los, levá-los ao médico veterinário também é uma ocupação para os tutores que aproveitam a ocasião para se socializarem com outras pessoas.
Para psicóloga Meire Fernanda Pandim Ravazzi, de 62 anos, moradora de São José do Rio Preto (SP), os benefícios da companhia de um pet são comuns a todos, mas para os idosos os resultados são mais satisfatórios:
“Além de aliviar a solidão, eles são bons companheiros, ajudam a aliviar o estresse, a depressão e a ansiedade” , conta.
Pets ajudam a aliviar estresse, depressão e a ansiedade dos tutores, explica psicóloga
Maria Júlia Araújo/G1
A adoção é a forma mais fácil e acessível para obter um animal, mas antes de praticar o gesto de amor e generosidade é preciso se atentar aos cuidados que o “melhor amigo” necessita.
Os primeiros dias no novo lar também exigem cautela, acolhimento e adaptação, até que o pet esteja totalmente à vontade.
“Quem for adotar, tem que estar disposto não só a receber, mas dar muito amor à eles (pets), o que será bem recompensado” explica Meire.
Para pessoas com mais de 60 anos, a adoção deve ser feita com base em algumas características. A recomendação é que seja um animal com comportamento ameno e que acompanhe os movimentos dos idosos, que são mais lentos e às vezes comprometidos. Isso é para evitar situações de risco, como tombos.
Pets para os idosos devem ter comportamento ameno para os idosos conseguirem acompanhar
Banco de imagens
A médica veterinária de Rio Preto especialista em felinos Mariana Falcochio, de 36 anos, explica que existem estudos que revelam que a relação traz calmaria e tranquilidade para ambos.
“Pets que foram adotados ou abandonados e tinham um histórico de ficarem mais quietos ou não gostavam de carinho, se mostram mais confiantes. Situação que comprova que o bem estar e a saúde mental favorecem os dois lados, tanto dos tutores quanto dos animais”, explica Mariana.
Eles estão por toda parte
Considerando a importância das relações entre pessoas e animais, os vereadores aprovaram na Câmara Municipal de São José do Rio Preto (SP) um projeto de lei, em 25 junho, que permite que pessoas com algum tipo de transtorno psiquiátrico ou psicólogo possam estar acompanhadas do animal de estimação em ambientes de uso coletivo, públicos ou privados.
A medida é valida desde que haja prescrição médica que indique um tratamento com auxílio do cão para suporte emocional do tutor.
Após apresentação do atestado médico, a autorização contendo o nome da pessoa beneficiada é confeccionada pelo poder público. Também é necessário a apresentação de um declaração, feita por um adestrador, que comprove que o animal é obediente e não apresenta agressividade.
Após passar pelo poder legislativo, a lei foi sancionada pelo prefeito da cidade.
Muito bem “acompanhados”
A troca de afeto permite vida longa e feliz aos pets que demonstram alegria ao estarem ao lado dos tutores.
A aposentada Aparecida Donizeti Hichuki, de 68 anos, sabe muito bem disso. Ela tem três cachorras que são inseparáveis e fazem parte da rotina da idosa. Mel, Dauda e Luna. Depois que elas chegaram, o ambiente doméstico mudou…
Mel que é a cachorra mais velha de Aparecida, que tem oito anos
Arquivo Pessoal
“São meus bebês, dormem no quarto comigo e cada uma delas tem sua cama. Se eu dou carinho mais para uma do que pra outra começa o ciúmes”, conta Aparecida.
Dauda, cachorra mais nova de Aparecida, que tem seis anos
Arquivo pessoal
Ao g1 Aparecida contou que as cachorrinhas estão acostumadas com os passeios semanais e quando não respeita o compromisso com elas, passa a ser “cobrada”:
“São verdadeiras crianças para mim. Sou tão apegada que se eu me ausento fico com a consciência pesada”, revela.
Luna, cachorra de Aparecida que tem sete anos
Arquivo pessoal
A aposentada conta que suas “filhas de quatro patas” tornam o dia a dia mais leve e descontraído. Ela aconselha que todas as pessoas tenham um companheiro pet.
Reconhece que o amor e a parceria entre animais e pessoas é um dos sentimentos mais puros.
** Colaborou sob supervisão de Henrique Souza
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