Homem é dado como morto por engano após enchente e não consegue acessar Auxílio Reconstrução no RS


Governo federal admitiu o erro. Casa de Geremias Izaias Porto Costa ficou debaixo d’água por 30 dias, perdeu tudo e tenta há dois meses obter o benefício que vai ser usado para recomeçar. Sistema do governo federal aponta que benefício não foi liberado porque homem foi dado como morto
Arquivo pessoal
Um morador de São Leopoldo, na Região Metropolitana de Porto Alegre, não consegue há dois meses acesso ao Auxílio Reconstrução do governo federal porque foi dado como morto após as enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul em maio. Mas ele está vivo.
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Geremias Izaias Porto Costa conta que a casa que tinha na Rua Lindomar de Borba, no bairro São Miguel, ficou debaixo d’água por quase um mês. Tudo o que tinha foi destruído. O benefício no valor de R$ 5,1 mil ajudaria no recomeço – ele é destinado a quem sofreu perdas durante a enchente.
Em 27 de maio, ele fez o cadastro para o pedido junto à prefeitura, etapa necessária para que houvesse futura avaliação e liberação pelo governo federal. O Executivo Municipal enviou os dados dos habitantes, no entanto, ao acessar a plataforma do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional, Costa foi surpreendido com o aviso de que o benefício não foi liberado porque “o responsável familiar possui indicativo de óbito”.
“Eu tentei por três vezes no total. Em cada tentativa, tinha que esperar dias até que viesse o resultado. E o resultado era sempre o mesmo: de que eu estava morto”, lembra Costa.
Ele conta que procurou a prefeitura, a polícia e um cartório, mas não conseguiu regularizar a situação. Também não obteve esclarecimentos a respeito do que ocasionou o problema e como poderia resolvê-lo.
De acordo com a prefeitura de São Leopoldo, Costa foi recebido no centro administrativo e um protocolo junto ao Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional foi aberto para tentar resolver o problema. Ao g1, o ministério admitiu o erro e afirmou que a Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência Social (Dataprev), órgão responsável pelo sistema onde o benefício é solicitado, trabalha para regularizar o CPF de Costa. Não detalhou, no entanto, como o erro aconteceu.
“É difícil. A gente precisando desse dinheiro e acontece uma coisa dessas. É muito difícil”, desabafa Costa.
Pedido para Auxílio Reconstrução foi recusado
Arquivo pessoal
Como é concedido o Auxílio Reconstrução
O que é o auxílio?
O Auxílio Reconstrução é um apoio financeiro no valor de R$ 5,1 mil pago em uma única parcela pelo governo federal às famílias desalojadas ou desabrigadas no Rio Grande do Sul.
Quem tem direito?
As famílias residentes em áreas atingidas pelas enchentes, que abandonaram suas casas, de forma temporária ou definitiva, nos municípios em situação de calamidade ou emergência.
Quando é feito o pagamento?
A data do pagamento depende do envio das informações pelos municípios, do processamento dos dados e da confirmação dos dados pela família pelo site.
Como confirmar meus dados?
Ter uma conta GOV.BR
Acessar o sistema do Auxílio Reconstrução
Verificar se o cadastro foi “habilitado”
Confirmar se os dados cadastrados estão corretos
Aceitar o termo de veracidade das informações
Se houver erros, o sistema vai informar eventuais problemas no cadastro, para que a família providencie a correção e realize novo cadastro junto à prefeitura. Se o responsável familiar identificar equívocos nos dados cadastrados, deverá cancelar a solicitação e procurar a prefeitura para realizar novo cadastro com os dados corretos.
Os dados confirmados pelos responsáveis familiares serão enviados para a Caixa Econômica Federal em lotes, nas terças-feiras e nas sextas-feiras, e os pagamentos serão realizados dois dias úteis após o recebimento dos dados pelo banco.
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