Treinamento de resgate realizado em terremoto no Haiti é feito em ilha de Porto Alegre após enchente


Ao todo, cinco turmas devem participar de capacitação no estado. Lideranças locais têm formação teórica e prática em questões como primeiros socorros, prevenção e enchente. Comunidade de ilha de Porto Alegre tem treinamento de prevenção
Divulgação/VVolunteer
Lideranças locais da Ilha da Pintada no bairro Arquipélago, em Porto Alegre, receberam um treinamento, na quinta-feira (11), de ação e prevenção em situações de emergência – formação que já foi feita após o terremoto no Haiti em 2021. A região das Ilhas foi uma das mais atingidas da capital em razão da cheia do Guaíba.
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A ação é realizada pois, na maioria das emergências, a população não especializada é a primeira a lidar com uma situação crítica, segundo a CEO da Volunteer, Mariana Serra.
“A gente não tem terremoto como tem no Japão, mas todo mundo no Japão sabe o que fazer em caso de terremoto. A gente tem que saber o que fazer em caso de enchente, como socorrer, qual a forma mais efetiva de você prestar um socorro”, explica Mariana.
Cerca de 30 pessoas participaram do treinamento, que envolveu prevenção e resgate primários em soterramento, enchentes, combate básicos de incêndios, primeiros socorros e gestão de abrigos temporários.
Em maio, a Ilha da Pintada chegou a ser tomada pela areia, após a erosão do solo pela água. Naquele período, as ilhas do Guaíba ficaram sem fornecimento de luz. Sem água, a região foi a última da capital a ter o serviço retomado. A prefeitura afirma que 3.902 pessoas e 1.906 imóveis foram afetados pelas cheias no bairro Arquipélago.
Bombeiros da reserva, resgatistas e pessoas especializadas em respostas humanitárias atuaram nesses trabalhos, a partir de uma parceria entre a comunidade de voluntários Volunteer Brasil e a ONG Humus.
Treinamento feito no Haiti após terremoto em 2010
Divulgação/VVolunteer
Levando em conta as comunidades mais atingidas, a capacitação deve atender cerca de 150 líderes em outras quatro cidades, dentre elas Muçum, Roca Sales e Encantado, no Vale do Taquari. Nesta sexta, Canoas, na Região Metropolitana de Porto Alegre, conta com a formação. O município teve 44% da população afetada.
“São cidades em que eles foram severamente atingidos e que vai ter uma necessidade permanente, pois vai acontecer de novo [a enchente]. No Vale do Taquari não foi a primeira nem a última”, afirma Mariana.
Assim como no exterior, esse tipo de capacitação já foi realizada após tragédias como nos rompimentos das barragens de Brumadinho e Mariana.
Helicóptero das Forças Armadas resgata moradores da Ilha da Pintada
Números da tragédia no RS
Os temporais e as cheias que atingem o Rio Grande do Sul já deixaram 182 vítimas, segundo o mais recente boletim da Defesa Civil de quarta-feira (10). Além disso, são 29 desaparecidos e 806 feridos.
Dos 497 municípios do estado, 478 registraram transtornos relacionados aos temporais, afetando quase 2,4 milhões de pessoas.
As ruas, avenidas, estradas e rodovias atingidas pela inundação somam uma distância suficiente para atravessar Brasil de norte a sul ou de leste a oeste, segundo o Mapa Único do Plano Rio Grande (MUP).
Imagem de satélite feitas em maio na região de Porto Alegre mostra impacto da enchente
European Union/Copernicus Sentinel-2 via Reuters
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