Nível do rio Madeira sobe quase quatro metros, mas permanece abaixo da média em RO


Cota atual está quase 3 metros abaixo do normal para o período. Mesmo com as chuvas intensas na região, a maior parte da vazão do rio Madeira é influenciada pelos fluxos de água provenientes do Peru e da Bolívia Morador da margem do rio Madeira, Valcir da Costa posa durante uma entrevista em Porto Velho, capital de Rondônia. O rio, um dos principais afluentes do Amazonas, está mais baixo do que nunca devido a uma seca extrema que ameaça os meios de subsistência das comunidades ribeirinhas.
Isaac Fontana/EPA-EFE/REX/Shutterstock
O nível do rio Madeira subiu após meses de seca extrema, registrando 3,98 metros nesta segunda-feira (25) em Porto Velho, de acordo com o Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (Censipam). Apesar do aumento, o nível ainda está quase 3 metros abaixo da média para a época do ano. O menor nível nível registrado foi dia 11 de outubro: 19 centímetros.
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Ainda conforme o Censipam, o nível esperado do rio Madeira para o mês de novembro é de 6,16 metros. O levantamento também revela a máxima histórica já atingida pelo rio em anos anteriores: 11,88 metros.
Confira os dados no gráfico abaixo:
É possível perceber, através do gráfico, que todo dia 25 de cada mês de 2024 o rio esteve abaixo da média e, em alguns deles, chegou a superar a mínima histórica.
Em outubro deste ano, o rio Madeira atingiu o menor nível já registrado desde que começou a ser monitorado em 1967: 19 centímetros. O baixo volume afetou a Hidrelétrica de Santo Antônio, que precisou paralisar parte das unidades geradoras e funcionou com apenas 14% das turbinas.
Moradores observam o Rio Madeira durante a estação seca em Humaitá, no Amazonas, no dia 7 de setembro de 2024.
Edmar Barros/AP
A seca extrema também alterou a realidade de famílias ribeirinhas que vivem às margens do rio Madeira, algumas sobreviviam com menos de 50 litros de água por dia em razão estiagem extrema em Rondônia.
Neste cenário, os peixes, principal fonte de subsistência das família ribeirinhas, desapareceram. Ao invés de pescar e vender, os pescadores precisaram comprar peixe de outras regiões para se alimentar. Durante o nível mais crítico, eles tiveram que criar “corredores” na lama em meio ao deserto que se formou onde antes era o rio Madeira.
Seca histórica: Pescadores “criam” corredor em meio à lama do rio Madeira
Nas últimas semanas, as chuvas que caíram sobre a região contribuíram para amenizar o cenário de seca extrema, mas elas não tem um impacto significativo no rio. O engenheiro hidrológico Guilherme Jordão, explicou que cerca de 70% da vazão do rio Madeira vêm das regiões de cabeceira na Bolívia e no Peru.
“Quando não chove lá, o ‘corpo’ do rio aqui enfraquece, independentemente do volume de chuva que cai sobre Rondônia”, explica Guilherme.
Monitoramento do nível das águas
Atualmente, o rio Madeira é monitorado por três estações da Rede Hidrometeorológica Nacional (RHN), operadas pelo Serviço Geológico do Brasil (SGB), na Residência de Porto Velho (REPO). Elas são equipadas com sistemas automatizados, réguas linimétricas e pluviômetros.
O monitoramento integra o Sistema de Alerta Hidrológico do Madeira (SAH Madeira), disponível na plataforma Sace, no site do SGB.🔎 Os dados sobre o nível e a vazão são coletados a cada 15 minutos e o comportamento do rio é analisado com base em previsões de chuva, gerando boletins com prognósticos da bacia e previsões dos níveis do rio.
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